O ministro da Educação, Abraham Weintraub, permaneceu em silêncio novamente em um depoimento na Polícia Federal (PF), uma estratégia que tem se repetido nos processos que responde no Supremo Tribunal Federal (STF). Desta vez, contudo, no caso sobre acusação de racismo, o ministro ao menos entregou as respostas por escrito. Ele permaneceu 40 minutos na sede da PF, em Brasília.
O depoimento foi determinado pela Justiça porque, no início de abril, o ministro insinuou em uma rede social que a China poderia se beneficiar, de propósito, da crise mundial causada pelo coronavírus. Na mensagem, ele também ridicularizou o sotaque de muitos chineses ao falar português. A ação é definida como a primeira investigação criminal aberta pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, contra um membro do governo Jair Bolsonaro.
Nesta quarta-feira, 3, o ministro Celso de Mello, do STF, rejeitou o pedido apresentado pela defesa de Weintraub para adiar o depoimento. Como informou o Radar, o decano afirmou que o ministro da Educação não tinha o direito de escolher o dia e o horário para ser ouvido pela PF, prerrogativa dada apenas “às testemunhas e às vítimas”.
Na semana passada, Weintraub também permaneceu em silêncio em outro depoimento, mas no âmbito do inquérito das fake news. Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, a Polícia Federal foi à pasta, mas Weintraub não respondeu as mais de uma dezena de perguntas que haviam sido preparadas pelos investigadores.