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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Presidente da Comissão da Anistia: ‘do que os presidentes civis têm medo?’

Em entrevista nos 60 anos do golpe, Eneá de Stutz e Almeida vê o país perdendo oportunidade: “Esse era o momento do pedido de desculpas das Forças Armadas”

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 10h55 - Publicado em 31 mar 2024, 10h19
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  • A presidente da Comissão de Anistia, professora Eneá de Stutz e Almeida, acredita que o Brasil está perdendo uma oportunidade histórica neste domingo, 31, quando se completa 60 anos do golpe militar.

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    Liderando o órgão vinculado ao ministério dos Direitos Humanos, pasta proibida pelo presidente Lula de promover atos para lembrar as mazelas da ditadura, Eneá de Stutz e Almeida caminha numa estrada oposta.

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    Avalia que um pedido de desculpas das Forças Armadas em uma data tão emblemática como os 60 anos do início da ditadura militar – maior ruptura institucional da história do Brasil – “seria o momento mais adequado”. “Eu também aguardo esse pedido de desculpas das Forças Armadas e acho que agora era o momento mais adequado para isso – exatamente para marcar que lá atrás, em 1964, as Forças Armadas institucionalmente deram o golpe. Cadê esse pedido de desculpas? Cadê a assunção do erro por parte das forças armadas? Eu também continuo esperando que isso aconteça e acho lamentável que essa oportunidade agora, nesse aniversário de 60 anos, seja perdida”, afirmou à coluna.

    A presidente da Comissão de Anistia continua: “antes protagonistas da ruptura institucional, agora as Forças Armadas, como instituição – seja por que razão for -, não embarcaram [completamente] na aventura golpista no ano passado”.

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    Eneá de Stutz e Almeida afirmou que seria importante para o Exército, Marinha e Aeronáutica marcar a diferença entre fazer uma ruptura institucional há 60 anos e agora defender a democracia como instituição.

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    DO QUE OS PRESIDENTES CIVIS TÊM MEDO?

    Perguntada por que nenhum presidente civil pós-ditadura confrontou de fato os militares pelos Anos de Chumbo, a presidente da Comissão de Anistia devolveu com outro questionamento: “do que que esses sucessivos presidentes civis têm medo? Eu não sei, eu realmente não consigo entender”.

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    “Mas consigo lamentar. Lamento profundamente que as forças democráticas não sejam suficientes, de 1988 para cá, não vou nem pegar 1985, para enfrentar esse passado autoritário e essas perseguições”.

    Eneá de Stutz e Almeida conta que costuma falar aos alunos do curso de direito da Universidade de Brasília que quem continua a mandar no Brasil é o general Golbery do Couto e Silva.

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    Principal ideólogo da ditadura militar brasileira e criador do temido Serviço Nacional de Informação, o SNI, Golbery programou, ao fim do regime militar, uma abertura lenta, gradual e segura.

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    “O que significa, no meu ponto de vista, essa parte, essa palavra ‘segura’, significa que nunca ninguém seria responsabilizado. E ele tem conseguido, embora já tenha falecido há muito tempo, é ele que continua mandando. É o planejamento dele para o Brasil que continua em pé”, diz a professora.

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    De fato, nenhum torturador brasileiro jamais foi colocado no banco dos réus – ou mesmo aqueles que mandavam nos torturadores, como o próprio Golbery.

    “A maciça maioria das pessoas perseguidas pelo estado brasileiro na ditadura [jamais pegou em armas]. Estavam em outra condição: tinham manifestado sua opinião e foram presos, barbaramente torturadas, muitas vezes até assassinadas, sequestradas, por crime de opinião. E por que? Porque panfletaram ou às vezes até porque estavam no lugar errado na hora errada. Então, na dúvida a ditadura levava preso. Batia primeiro, torturava primeiro e perguntava depois. Então, assim, a maciça maioria das vítimas da ditadura não oferecia perigo nenhum, absolutamente nenhum, e ainda assim foram barbarizadas”.

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