Aliados do ex-presidente Lula estão preocupados com as possíveis gafes que o petista pode cometer no caminho até as eleições de outubro.
A preocupação aumentou desde que Lula falou sobre tratar o aborto como questão de saúde pública. A declaração foi mal colocada e gerou reações tanto de eleitores de Bolsonaro como de aliados do próprio ex-presidente.
Tocar em um tema tão sensível, da forma como aconteceu – tendo que se explicar no dia seguinte – foi um erro e pode tirar votos valiosos do petista.
Lula já foi presidente e, durante os oito anos em que esteve no poder, a pauta do aborto não foi levantada como posta à mesa agora. O petista se retratou após a declaração e reafirmou que é contra o aborto, mas o estrago já estava feito.
Agora, aliados tentam convencer Lula a focar em assuntos relacionados à economia. O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), por exemplo, pediu que o presidente não entre mais na pauta “moral e de costumes”.
Outro aliado que tentou aconselhar Lula foi o deputado José Guimarães (PT). Segundo apontou Camila Turtelli, da coluna do Estadão, o deputado destacou que a centralidade deve ser a economia. “Não podemos cair nas armadilhas específicas de tema A ou tema B, a centralidade é economia”, afirmou José Guimarães.
É o que tem sido dito também por outros aliados, mas nos bastidores. Alguns deles desabafaram com este colunista.
Bolsonaro está crescendo nas pesquisas e uma gafe como essa pode ser muito ruim para Lula. O ex-presidente precisa definir o que é prioridade e se concentrar em discursos menos polêmicos e mais urgentes para o país.