Além da notícia de que o aumento do Auxílio Brasil já está mexendo nas intenções de votos dos brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro teve outro motivo para comemorar com a nova rodada Genial/Quaest: a avaliação do governo melhorou em todas as regiões do país.
No cenário geral, a avaliação negativa caiu de 47 pontos em julho para 43 pontos em agosto. A diferença de quatro pontos não parece tão significativa, mas a análise por regiões mostra uma trajetória importante de recuperação.
No Nordeste, região onde o PT historicamente tem muita força, a avaliação negativa do governo caiu 6 pontos no intervalo de um mês: saiu de 55% em julho para 49% em agosto. Entre os nordestinos, a avaliação positiva subiu de 20% para 22% e a avaliação regular subiu de 22 para 26 pontos.
A segunda região com a maior diferença na avaliação negativa foi o Norte: em julho, 42% dos entrevistados tinham uma avaliação ruim da gestão. Agora, são 37%, diferença de 5 pontos. Ao mesmo tempo, a avaliação positiva subiu de 27% para 30% e a avaliação regular subiu de 28% para 31%.
No Sudeste e no Sul, as avaliações também melhoraram. No Sudeste, a avaliação negativa caiu de 43% em julho para 41% em agosto. No Sul, o número de entrevistados que avaliam a gestão de forma negativa caiu de 46% em julho para 42% em agosto. A única região que se manteve estável foi o Centro-Oeste: a avaliação negativa permaneceu em 43% entre julho e agosto.
Outro dado importante vem da análise por idade: a avaliação negativa do governo caiu 8 pontos entre os mais jovens, com idade entre 16 e 24 anos. Em julho, 54% consideravam a gestão de forma negativa. Um mês depois, o número caiu para 46%.
Embora as últimas pesquisas mostrem que Lula tem uma vantagem enorme sobre Bolsonaro entre os mais jovens, a melhora na avaliação do governo pode impactar nesses números.
A avaliação negativa do governo também caiu entre os eleitores com idade entre 25 e 34 anos (de 47% para 42%) e entre 45 e 59 anos (de 47% para 42%). Na faixa etária de 35 a 44 anos, a avaliação negativa subiu um ponto: de 42% para 43%. Entre os eleitores com 60 anos ou mais, o número se manteve estável em 46%.
Outra recuperação importante aconteceu entre os homens: a avaliação negativa do governo caiu de 44% para 37% entre julho e agosto, uma diferença de 7 pontos. Entre as mulheres, a avaliação negativa caiu apenas um ponto, de 49% para 48%.
Bolsonaro tem quase dois meses para tentar converter esses números em votos. Não basta melhorar a avaliação do governo, até porque o presidente ainda tem índices negativos altos. Para ter chances de vencer, será preciso convencer o eleitor de que um novo mandato será melhor do que o primeiro.