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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Os riscos e os possíveis ganhos da nova estratégia de Bolsonaro

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 abr 2024, 14h58 - Publicado em 22 abr 2024, 14h53

Qual a estratégia de Jair Bolsonaro em meio às inúmeras investigações nas quais o ex-presidente é acusado de crimes em série? Explico já, mas a tática tem riscos e até possíveis ganhos.

Primeiro, ao construir os atos em favor dele mesmo em São Paulo e no Rio de Janeiro, o líder da extrema-direita brasileira mantém mobilizado seus seguidores mais radicais, enquanto continua um ser político inelegível.

Para estar politicamente vivo, Bolsonaro precisa manter “seu pessoal” mobilizado. Ele nunca foi uma liderança de ter propostas. Como testemunhamos, o ex-presidente governou um país com pouquíssimas delas.

A única proposta (se é que dá usar essa palavra) e que, de fato ele carregava no coldre, ficou manjada. Girava em torno das próprias armas, avanços sobre terras indígenas ou contra a vacina em meio a uma pandemia letal.

O apelo ideológico sem sonho

Em português claro, as propostas que o cercam como político são muito fracas, apesar do apelo ideológico enorme que elas têm com uma parcela considerável da sociedade.

Pode parecer que sim por seus seguidores mais cegos, mas Bolsonaro nunca construiu um sonho – aí está o risco, inclusive. Agora, com a Polícia Federal em seu encalço, o ex-presidente precisa construir algo – especialmente para manter o bolsonarismo mobilizado contra os supostos “inimigos da verdade”.

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Por enquanto, o suposto inimigo tem sido o de sempre: Alexandre de Moraes. O ex-presidente é mestre em individualizar “suas brigas”. Agora, ganhou um importante aliado internacional após o malfadado contra-ataque do ministro do Supremo.

Grau de mobilização e campanha antecipada

Essa é a história que o líder da extrema-direita brasileira está contando para os seus seguidores. E aqui está outro risco, que é começar a se esvaziar. O Rio de Janeiro foi muito menor que São Paulo, mas também, pudera: seria quase impossível manter aquele grau de mobilização tão grande.

Bolsonaro pode partir e começar a fazer atos em capitais menores – isto pode ser comparado e visto como desânimo para a sua própria militância.

Por outro lado, ele quer mais pessoas do seu campo sendo eleitas, o que seria um ganho – visto e sentido até hoje após as eleições de 2022.

Quando mantém essa mobilização, já está fazendo campanha. Está fazendo campanha para, mesmo antes da hora – como ele sempre fez campanha antes da hora de tudo, fez campanha para presidente desde 2016.

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O país não prestou atenção, na verdade. Agora, ele está fazendo também campanha para os seus candidatos  mais bolsonaristas do PL nos estados.

O temor da irrelevância 

Isso mantém essa chance de relevância. E aqui mora o “X” (que Bolsonaro gosta desde quando era twitter) da questão: a luta do ex-presidente é contra a irrelevância.  Jair não pode ficar irrelevante e então ele faz essas mobilizações.

A deste domingo, 21, além de muito menos gente, só arregimentou dois governadores. Tarcísio de Freitas, o grande nome que ele elegeu, fez apenas uma postagem falando do mar verde amarelo, que diminuiu entre São Paulo e Rio.

O twitte de Tarcísio foi quase um prêmio de consolação, já que a ausência do governador foi sentida. Esperava-se que ele fosse.

Noves fora, contudo, foi um evento importante sim, mas preocupante por ter sido muito menor. Por enquanto, alcançou alguns objetivos: apareceu na imprensa e ainda mobiliza seus seguidores contra o xerife de toga…

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PS – Sim, a coluna conversou com pessoas do entorno do ex-presidente. Até o próximo post!

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