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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Os desafios do governo Lula para levar internet às escolas públicas

‘Havia colégios com as coordenadas no meio do oceano’, afirma responsável por maior mapeamento para conectar estudantes

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 set 2023, 13h38 - Publicado em 27 set 2023, 11h18

O Governo Federal lançou, nesta terça-feira, 26, a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (ENEC). O programa surge para coordenar as políticas existentes de modo a garantir conectividade de qualidade para as quase 140 mil escolas públicas de educação básica do Brasil, até 2026.

De acordo com o Censo Escolar de 2022, das 138.355 escolas públicas no Brasil, 22 mil escolas não tem nenhum acesso à internet. A maior parte das escolas totalmente sem acesso à internet está na região Norte (47,6%).

Mesmo nas escolas que tem alguma internet, ainda há um desafio de que o aluno possa utilizá-la para aprender. 

Menos de 1 em cada 10 escolas conectadas possui velocidade adequada aos parâmetros internacionais e consegue levar a internet até a sala de aula. São 25 milhões de alunos que não têm acesso adequado ao mundo digital.

“Democratizar o acesso à internet nessas regiões é garantir educação e cidadania digital para toda a população”, afirma Cristieni Castilhos, diretora-executiva da MegaEdu, organização sem fins lucrativos que trabalha para levar internet de alta velocidade para todas as escolas públicas do Brasil.

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O que muda com a nova política é que, pela primeira vez, o governo federal se comprometeu a garantir recursos para todas as escolas públicas por meio de um plano robusto e com uma data clara.

Para Castilhos, é urgente resolver o problema. “Na pandemia vimos que o acesso à internet foi o grande motivo pelo qual os alunos não puderam aprender. O lançamento da ENEC é apenas o primeiro passo. É fundamental que o modelo de governança garanta a elaboração de metas e indicadores concretos e o monitoramento contínuo da execução das diferentes políticas públicas para garantir que a meta de universalização seja cumprida até 2026, além de implementar iniciativas de formação de professores e que levem recursos digitais para as escolas”, diz.

Saiba mais abaixo:

Como o Brasil vai conseguir avançar nessa temática?

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Cristieni Castilhos – Para nós, a ENEC representa um grande avanço, pois, pela primeira vez, o Governo Federal oferece a governança necessária para coordenar políticas que, de forma isolada, não poderiam atender todas as 138.355 mil escolas brasileiras. Há um grande desafio a ser encarado, mas o potencial também é enorme. Um dos diferenciais da estratégia é a articulação entre políticas públicas de conectividade escola. É possível agora identificar qual solução mais se adequa à realidade de cada escola. Além do Governo Federal, o Distrito Federal, os estados e municípios também poderão potencializar a Estratégia Nacional coordenando as políticas locais. Com isso, se evita a sobreposição de escopos e recursos, ou seja, diminui-se o risco de uma escola receber múltiplos recursos, enquanto outras ficam sem investimento para conectar seus alunos. Mas, é importante ter em mente que o lançamento da ENEC é o começo. A partir de agora é fundamental que o modelo de governança garanta a elaboração de metas e indicadores concretos e o monitoramento contínuo da execução das diferentes políticas públicas para garantir que a meta de universalização seja cumprida até 2026.

Qual a importância de garantir acesso à internet de qualidade nas escolas públicas?

Cristieni Castilhos – Hoje há uma grande disparidade na educação. Enquanto nas escolas privadas computadores e tablets são parte da lista de materiais escolares, nas escolas públicas, mais da metade dos alunos não têm computadores, de acordo com dados do Censo. Possibilitar acesso à internet nas escolas públicas é fundamental para garantir que todos os alunos tenham igualdade de oportunidades. Ter acesso ao mundo digital é um direito que não pode ser negado aos jovens do século XXI. Conectar as escolas à internet é um investimento não apenas na educação, mas também no desenvolvimento da sociedade como um todo.

Como a MegaEdu atua?

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Cristieni Castilhos – O primeiro desafio que a MegaEdu encontrou para levar internet a todas as escolas públicas era a falta de dados consolidados. Por isso, a organização se dedicou a realizar um diagnóstico profundo da situação da conectividade das escolas, havia escolas que apareciam com as coordenadas no meio do oceano. Sem dados precisos sobre o quê cada escola precisava era impossível saber quanto de investimento era necessário para resolver o problema. A MegaEdu se debruçou então sobre essas questões e produziu um estudo inédito. O Estudo de Conectividade de Escolas Públicas, desenvolvido pela MegaEdu em parceria com o Boston Consulting Group [BCG], foi o primeiro estudo realizado pela organização. Desde então, a organização segue produzindo dados e informações em parceria com organizações como a FGV e outras organizações da sociedade civil. A organização apoia tecnicamente qualquer gestor público que queira resolver o problema nas suas escolas. Quando chegamos nas escolas públicas e nas Secretarias de Educação, muitas vezes os diretores e os gestores precisam de apoio para entender a situação exata da internet nas suas escolas. A partir do diagnóstico realizado em conjunto, a MegaEdu ajuda as escolas e as Secretarias a terem um plano claro de como levar internet de alta velocidade para todos os seus alunos.

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