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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Os bastidores que evitaram a vitória da oposição na CPMI do 8 de Janeiro

Ou... Como a Comissão ficou, por pouco, na mão de bolsonaristas

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 out 2023, 08h52 - Publicado em 17 out 2023, 08h45

Os três dias anteriores à instalação da CPMI do 8 de Janeiro foram fundamentais para desfazer os planos da oposição de emparedar – com os trabalhos da Comissão – tanto o governo Lula quanto o Supremo.

Na segunda quinzena de maio, a realidade era a de uma nova aliança entre o centrão e o bolsonarismo com o intuito bastante claro. O que os dois grupos políticos pretendiam era usar a CPMI como palco.

No caso do centrão, para pressionar a gestão petista por cargos. No caso do bolsonarismo, para pressionar a mais alta corte do país e o ministro Alexandre de Moraes e reescrever a história da tentativa de golpe.

Por isso, a empolgação inicial da oposição com a Comissão – o que, naquele momento em que as repercussões do 8 de Janeiro eram ainda mais intensas, não fazia tanto sentido. 

Por que justamente eles queriam a CPMI que mostraria os crimes que eles perpetraram?

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O plano era transformar a Comissão em palco. Primeiro para dizer que o governo Lula, que administrava o país, tinha permitido as invasões e assim livrar os bolsonaristas. Segundo, queriam a CPMI como palco no qual os presos do 8 de Janeiro iriam depor. Seriam feitas diligências nos presídios da Papuda e na Colmeia. Tudo para denunciar “maus tratos” com os golpistas, chamados por eles de “patriotas”.

Para isso, o centrão e o bolsonarismo queriam fazer o presidente e a relatoria da CPMI, o que daria armas suficientes para criar uma narrativa na qual os criminosos eram vítimas.

Tudo havia sido pensado e planejado para ser um instrumento do bolsonarismo contra o governo e o STF. Os parlamentares da base estavam na defensiva.

Se o plano tivesse dado certo, não haveria a convocação do general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI, ou do hacker Walter Delgatti.

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Não deu certo porque, três dias antes de a CPI ser instalada, o governo conseguiu, através de muita negociação comandada pelo ministro Alexandre Padilha, e os senadores Jaques Wagner e Randolfe Rodrigues, um acordo com Arthur Maia, que seria o presidente da Comissão.

O acerto era para nomear a senadora Eliziane Gama, do PSD, como relatora. Ela buscaria um trabalho isento, e sem entrar na narrativa bolsonarista, contrária aos fatos, de que o governo era o culpado pelo 8 de janeiro. Foi esse momento em que o governo se protegeu e virou o jogo na CPI.

Ela termina agora com a leitura nesta terça-feira, 17, do relatório. Ficou aquém do que podia, não convocou outros generais, nem mesmo Braga Netto. O ministro Nunes Marques deu direito a investigado até de não comparecer, além de ter anulado a quebra de sigilo do ex-diretor geral da PRF Silvinei Vasques. 

A senadora, contudo, promete um relatório forte com as provas que conseguiu nestes meses. Mesmo ficando distante do que podia, a Comissão evitou o pior para democracia brasileira: a tóxica visão de que os presos no 8 de Janeiro eram vítimas e patriotas lutando pelo país, e de que a culpa era do governo Lula. Disso, ao menos, nos livramos.

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