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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O rombo que as granadas de Jefferson abriram no discurso de Bolsonaro

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 out 2022, 08h53

O caso de Roberto Jefferson é um desses momentos em que o cidadão comum se pergunta: o país enlouqueceu? Estamos todos normalizando absurdos? Pense leitor: um aliado do presidente da República recebe policiais federais a balas e granadas, usa fuzil a laser, e tem um arsenal em casa apesar de ser um réu, respondendo inquérito policial.

Ninguém deveria ter tantas armas em casa, muito menos um investigado cumprindo pena de prisão. E ninguém, ninguém pode receber a bala a polícia no cumprimento de uma ordem judicial.

E o que faz o presidente: dá tratamento preferencial ao bandido mandando o próprio Ministro da Justiça.

Imaginem se algum aliado de Joe Biden – recebesse a tiros e granadas agentes do FBI, que seguravam um mandato de prisão da suprema corte? Seria um escândalo com repercussões internacionais.

Nem mesmo seguidores de Donald Trump, no auge da sua loucura, estão recebendo os agentes da lei dessa forma.

Agora, pior: pensem se um correligionário do ex-presidente Lula como José Dirceu – assim como Roberto Jefferson preso no mensalão – também recebesse policiais federais a tiros e granadas?

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Seria outro escândalo com repercussões internacionais.

Mas mais do que isso.

Fato é que, diante dos dois casos, a extrema-direita faria disso um carnaval sem data para a acabar nas redes sociais, criticando a imprensa que não captava a violência crescente no país gerada por esquerdistas, comunistas e etc.

Ocorre que, mesmo com a democracia brasileira em frangalhos – após quatro anos de Jair Bolsonaro -, o que o bolsonarismo espalha de absurdo mesmo acontece somente na Venezuela, em Cuba, na Nicarágua e na Argentina.

Vivendo na bolha ideológica e sob o comando de Carluxo que propaga a narrativa oficial da extrema-direita brasileira, os seguidores da seita ignoram ataques à democracia feitos por Viktor Orbán, na Hungria, por Vladimir Putin, na Rússia, e pelo próprio Donald Trump, nos EUA. Isso sem contar a “afinidade” de Bolsonaro com o príncipe saudita assassino Mohamed Bin Salman.

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Mais do que isso, enquanto condena eventuais apoios financeiros do PT a regimes de esquerda no passado, o atual presidente não só chama autocratas de irmãos ou monarquistas violentos de amigos, como é o maior propagandista da ditadura militar brasileira, que torturou, executou e ocultou corpos de seus próprios compatriotas.

O Brasil foi tomado de assalto pela leviandade e pela aberração de se normalizar a violência antidemocrática de extremistas que apontam o dedo para o outro, quando, na verdade, deveriam – pela mesma régua que estabelecem -condenar a si mesmo.

O dia 23 ficará marcado como aquele em que o país viu um exemplo completo do modelo nefasto estabelecido por aqueles que mentem, deturpam e criam narrativas que só agradam aqueles adeptos das fake news.

E pior: esse governo está desmontando as regras da democracia por dentro. Uma delas é: ordem judicial se cumpre, mesmo discordando, e depois recorre-se à própria Justiça. É assim que funciona. Estamos perdendo a noção de como as coisas funcionam numa democracia. O dia 30 de outubro dirá se o país vai seguir por esse caminho ou não.

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