O novo jogo cruel de Queiroga
O ministro que virou Pazuello. Ou seja, Bolsonarizou-se no cargo
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi reconvocado pela CPI da Covid-19, mas vai enrolar os senadores e o Brasil novamente. O jogo do ministro é um só: mandar um dedo para os brasileiros quando criticado, fazer o serviço negacionista de Jair Bolsonaro, mas fingir de médico sério quando está nos holofotes como o da Comissão.
O motivo da reconvocação ocorre por conta da recomendação do Ministério da Saúde para que Estados e Municípios suspendam a vacinação contra a Covid-19 em adolescentes de 12 a 17 anos, e também para que preste informações acerca do planejamento da vacinação para o ano de 2022, como explicou a coluna Maquiavel.
O temor dos senadores é o de que, com o término da CPI, o governo volte a turbinar a política do tratamento precoce, do atraso nas vacinas, da imunização de rebanho e passe a não ter um ponto de estresse diário. De fato, foi com a pressão da Comissão que a imunização finalmente tomou corpo pelo país.
Pais de jovens de 15 anos, como eu, ficamos, como escrito na coluna, numa sinuca de bico tendo que explicar aos filhos porque o Ministério da Saúde havia mudado de opinião de forma tão rápida – após a vacinação ter tomado corpo.
O que acontece é que será a terceira vez que ele vai à CPI. Em lives ao lado de Bolsonaro, ele, o ministro da Saúde, demonstra a subserviência total ao presidente e seus pensamentos sobre o sistema de saúde. Mas, na Comissão, ele faz um papel de médico, que dá sim valor à ciência. Já sabemos que Queiroga virou Pazuello. Ou seja, Bolsonarizou-se no cargo.