Enquanto políticos exaltam a bela jogada de Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte, ao fechar um acordo com Lula para a eleição estadual em Minas Gerais, o mais importante mesmo é o novo golaço que o ex-presidente fez, agora no segundo maior colégio eleitoral do Brasil.
Com 10,5% dos votantes no país, o estado mineiro é essencial para a disputa presidencial. Lula já fez alguns gols bonitos na arrumação política em São Paulo, que trouxe o ex-tucano Geraldo Alckmin para ser seu vice, o PSB – isso, enquanto Fernando Haddad lidera as pesquisas.
Sim, o acordo, como bem lembrou Maquiavel, dá a Kalil a possibilidade de saltar, na disputa pelo governo de Minas Gerais, de 30% para 43% das intenções de voto, superando o governador Romeu Zema, que pode oscilar de 41% para 22%, segundo a pesquisa Genial/Quaest.
Mas no âmbito federal é que o lance pode ter uma repercussão estrondosa: dá a Lula um potencial de crescimento que pode, inclusive, definir a eleição.
Segundo as pesquisas de intenção de voto, Lula está indo bem em São Paulo, ganha no Rio de Janeiro, berço político de Jair Bolsonaro, no Espírito Santo, antigo reduto bolsonarista, e agora pode resolver Minas Gerais. O estado pode cair em seu colo com uma votação histórica.
Como ex-presidente, Lula sabe que os palanques estaduais são importantíssimos, ainda mais na região Sudeste, que concentra o maior número de eleitores.