A ministra Marina Silva fez um importante alerta no Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta quarta-feira, 5, no qual apontou a continuidade de tempos difíceis e novos eventos extremos que prometem castigar os biomas brasileiros.
“O que estamos vendo nas chuvas no Rio Grande do Sul e os efeitos dessas chuvas nós vamos ver em estiagem, provavelmente na Amazônia e no Pantanal teremos um fenômeno terrível, que são os incêndios e as queimadas. […] Vamos ter uma estiagem severa”, disse a chefe da pasta do Meio Ambiente, antes de lembrar que o nordeste da Caatinga já sofre com a falta de chuvas.
Marina Silva alerta que a mistura de fenômenos como El Niño e La Niña tem ajudado a piorar a situação – assim como as mudanças climáticas que têm aumentado a temperatura da Terra nos últimos anos.
Mas a coluna foi buscar mais informações para você, leitor.
O que preocupa o Ibama neste ano de 2024, por exemplo, em relação ao Pantanal é o seguinte: existe muita matéria orgânica acumulada em alguns solos que antes viviam por meses submersos em água, mas hoje, por conta das mudanças climáticas, demoram mais tempo para serem tomados pelas cheias.
Esse material orgânico que hoje fica mais tempo sob seca, e que normalmente era coberto por água, pode ser descrito como um gigantesco pedaço de carvão, que pode vir a queimar por meses.
Esse é o grande temor hoje nos órgãos ambientais e no ministério do Meio Ambiente: uma onda de queimadas que assole o Pantanal após as cheias do Rio Grande do Sul, sem a umidade natural que ajuda a apagar os incêndios florestais.
O Ibama já trabalha com a possibilidade de criar trincheiras para conter esse tipo de fogo, mas o desespero é que ele só seja apagado mesmo com as cheias no Pantanal, que começam em outubro.
Não à toa que a Agência Nacional de Águas (ANA) deu um parecer inédito recentemente, declarando situação crítica de escassez hídrica na bacia do Paraguai, na região centro-oeste.
A ANA já havia declarado situação crítica em rios Madeira e Paraná, mas nunca numa bacia inteira.