Enquanto Tarcísio de Freitas fez um importante movimento neste ano para facilitar o acesso a medicamentos à base de cannabis, o governo federal, sob Lula (por meio de uma autarquia vinculada ao Ministério da Saúde), acaba de dar dois passos para trás.
É uma pena! E uma grande incongruência política.
Importantes para uma parcela significativa da população, que sofre de questões das mais diversas – abrangendo doenças como esclerose múltipla, epilepsia, Parkinson, esquizofrenia e dores crônicas – os medicamentos à base de cannabis tem hoje seu fornecimento garantido pelo estado de São Paulo, liderado pelo bolsonarista.
Já Anvisa – agora sob comando de Lula 3 – fez um movimento totalmente contrário. Acaba de proibir a importação da cannabis in natura, decisão que irá dificultar o acesso ao tratamento para milhares de pacientes.
É uma contradição e tanto considerando se tratar, no fundo, de Lula e um discípulo de Jair Bolsonaro, um progressista e um conservador, um esquerdista e um direitista.
Correndo por fora, está o Supremo Tribunal Federal. A corte já pautou e marcou a votação sobre a descriminalização do porte da maconha e a tendência, no momento, é pela aprovação.
Ou seja, o assunto está fervendo e a direita, em meio à polarização dos últimos anos, pode sair-se vitoriosa contra uma esquerda, que diz apoiar o avanço da ciência e do humanismo.
É estranho? É.
Mas acontece com frequência no Brasil.