A nova rodada do Datafolha, mostrando a diminuição da diferença entre Lula e Jair Bolsonaro a apenas 45 dias da eleição, é a comprovação de que fotografia eleitoral do momento deixou de ser estável e passou a ser de recuperação do atual presidente.
Mesmo que o petista esteja conseguindo se manter à frente – sem oscilar para cima ou para baixo – o mandatário da extrema-direita tem sido efetivo em suas escolhas políticas. Lula, agora, tem 47% ante 32% de Bolsonaro.
Na pesquisa anterior, o ex-presidente mantinha 47% das intenções de voto, enquanto o atual inquilino do Palácio do Alvorada aparecia com 29%. Em junho, um mês antes, Lula tinha 47% contra 28% de Bolsonaro. Sem muitas mudanças, o quadro a dois meses era de uma “goleada” de 19 pontos porcentuais.
Em maio, a diferença era ainda maior: o ex-presidente liderava com 21 pontos percentuais a mais que Bolsonaro. Mesmo com a diminuição de três pontos de maio até julho, dizia-se naquele momento que havia se “cristalizado” um quadro de vitória no primeiro turno de Lula.
Agora, contudo, não se pode dizer o mesmo. O fato é que, em três meses, o atual presidente diminuiu seis pontos percentuais da vantagem que o petista mantinha.
Se conseguir 50% mais um voto, Lula vencerá eleição sem a necessidade de outro turno para decidir quem será o próximo presidente da República. Ocorre que, mantendo essa tendência, nem o Datafolha garantirá isso. Na ultima rodada, Lula tinha 52% das chamados votos válidos. Hoje, tem 51%.
Outras pesquisas já haviam mostrado que o quadro eleitoral é de diminuição da diferença entre os dois, mas com a polarização da maior fatia do eleitorado entre os dois líderes (saiba a diferença entre elas aqui).
É importante lembrar que a atual pesquisa foi realizada após uma série de anúncios de diminuição do preço da gasolina e do diesel nas bombas dos postos de combustíveis e o início de pagamentos de benefícios, criados em um ano eleitoral por iniciativa do governo federal e com a ajuda do Congresso.
Bolsonaro ainda tem um grande problema para resolver – que é a alta rejeição de 51% contra 37% que não votariam em Lula de jeito nenhum -, mas o presidente tem mostrado capacidade de reação.