
Nas últimas pesquisas, Jair Bolsonaro diminuiu exatamente dois pontos percentuais da sólida dianteira que Lula vem mantendo na corrida eleitoral de 2002.
Dois pontos não são nada, a diferença ainda está dentro da margem de erro, mas o Palácio do Planalto decidiu usar este incerto material para incentivar seus aliados a não jogarem a toalha.
Na estratégia governista, a 97 dias das eleições, a ideia é tentar manter a base coesa e repetir como “mantra” de que há muita estrada pela frente antes do primeiro turno, no dia 2 de outubro.
Da goleada que vem sofrendo nas últimas pesquisas, Bolsonaro acordou nesta segunda, 27, com a notícia de que a nova rodada da Instituto FSB, contratada pelo banco BTG Pactual, mostra um cenário 43% para Lula e 33% para o presidente da República.
Os dois oscilaram na margem de erro – Lula 1 ponto para baixo, Bolsonaro 1 ponto para cima – levando uma diferença que era de 12 a cair para 10.
Como mostrou a coluna na semana passada, Lula tem 47% contra 28% do atual presidente, segundo a última rodada do DataFolha. Ou seja, 19 pontos percentuais de vantagem. Em maio, a diferença era ainda maior – de 21 pontos. Mas caiu justamente dois pontos.
Entre os institutos FSB e DataFolha, um aponta uma eleição em dois turnos – Lula com 4 pontos a menos que a soma de todos os outros outros candidatos – outro mostra vitória em primeiro turno, com Lula vencendo os outros adversários pela mesma diferença.
Não se deve esperar que os institutos vejam a mesma coisa o tempo todo, já que os métodos de coleta e amostragem são diferentes, e o tamanho das amostras também varia, como explicou a coluna.
Mas, mesmo com o momento muito desfavorável, o governo de extrema-direita usará, como esperado, as pesquisas que mostram os cenários favoráveis para manter não só a base, como também a esperança na militância.







































