Apesar de Lula sair liderando no primeiro turno, o presidente Jair Bolsonaro é maior vencedor das eleições de 2022 até o momento, neste 2 de outubro.
O bolsonarismo sai fortalecido pelos inúmeras vitórias nos governos estaduais, e com os muitos representantes que carregarão sua bandeira para o parlamento.
Em meio a esse contexto, os institutos de pesquisas são os maiores derrotados. Não há dúvida disso já que erraram, fora da margem de erro, a quantidade de votos que o presidente teve.
É imprescindível dizer também que, mesmo com a vitória retumbante do bolsonarismo, nunca um candidato a presidente que chegou ao segundo turno em segundo colocado venceu as eleições.
Mas Jair Bolsonaro – lembrem-se – já fez algo que era considerado impossível uma vez: nas eleições de 2018, quando venceu com parcos segundos no horário eleitoral gratuito.
Por isso, a reação de Lula dizendo, ao receber o resultado, que se trata de “apenas uma prorrogação”, é politicamente acertada, mas não reflete totalmente a realidade do momento.
Outro fato importante desse dia foi a reorganização política brasileira, com o PSDB saindo de uma vez do cenário político e o bolsonarismo tomando para ele o papel da direita brasileira.
Isso, após os quatro anos de arroubos e ataques do atual presidente às instituições democráticas. O resultado das eleições já mostra que uma parte – maior do que imaginávamos – de brasileiros se identifica com isso.
Vejam vocês, leitores, que nem mesmo a imitação da falta de ar durante a pandemia, o horror da louvação à tortura durante o mandato ou os ataques recorrentes às mulheres diminuíram o apoio ao presidente.
Embora Bolsonaro tenha saído menor proporcionalmente em relação aos votos válidos (43% agora contra 47%) no primeiro turno da eleição de 2018, o líder da extrema direita aumentou em quase 2 milhões o número de seus eleitores (na primeira etapa) em quatro anos.
Tudo isso torna essa eleição no segundo turno completamente imprevisível. Mesmo com a vantagem continuando ao lado de Lula e do PT.