Jair Bolsonaro nunca teve muito medo da Justiça.
Basta ver, por exemplo, como o ex-presidente sempre fez apologia à tortura, que é crime no Brasil.
Mas as provocações não ficaram somente no tema ligado a crimes cometidos pela ditadura militar, da qual é um defensor.
Em 1999, ainda um deputado no seu terceiro mandato, afirmou que sonegava todos os impostos que podia. “Conselho meu e eu faço: eu sonego tudo o que for possível.”
Outro arroubo do líder da extrema-direita contra as autoridades judiciárias aconteceu quando, em meio às apurações do crescimento de seu patrimônio, ele afirmou que usava o auxílio-moradia da Câmara para “comer gente”.
“Como eu estava solteiro naquela época, esse dinheiro de auxílio-moradia eu usava para comer gente”, disse o ex-presidente em 2018.
Nesta quarta-feira, 23, Bolsonaro fez mais uma. Confirmou a mensagem enviada ao empresário Meyer Nigri com fake news sobre o processo eleitoral brasileiro.
“Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O [ministro Luís Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021], eu sempre fui um defensor do voto impresso”, disse o ex-presidente à Folha.
Por ter transmitido a mensagem na qual acusa magistrados do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral de interferência no processo eleitoral – com sua velha obsessão sobre a importância do voto impresso – acabou sendo intimado a depor na Polícia Federal mais uma vez.
Mas Bolsonaro não parece estar preocupado.