Estamos reféns de Bolsonaro
O presidente ameaçou, as instituições reagiram… mas nada aconteceu de fato contra ele. O país continua fragilizado
Esta sexta-feira, 9, foi de reação a mais uma semana destrambelhada do presidente Jair Bolsonaro, que chamou um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de idiota e imbecil, afirmou, sem provas, que a eleição de 2014 foi fraudada e, pior, ameaçou o país de não ter eleição no ano que vem.
Diante disso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, fez um pronunciamento. Para o temperamento moderadíssimo do político mineiro, foi uma declaração dura e enérgica.
O ponto forte da fala do presidente do Senado: “Todo aquele que pretender algum retrocesso no estado democrático de direito esteja certo será apontado pelo povo e pela História como inimigo da nação e como alguém privado de algo muito importante que é o patriotismo”.
Enquanto isso, o ministro Luís Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgou uma nota na qual afirmou que “atuar para impedir as eleições viola a Constituição e configura crime de responsabilidade”.
“A realização de eleições, na data prevista na Constituição, é pressuposto do regime democrático. Qualquer atuação no sentido de impedir a sua ocorrência viola princípios constitucionais e configura crime de responsabilidade”, diz a frase completa, também mais importante do pronunciamento do presidente do TSE.
(Para se ter uma ideia, nesse contexto grave… uma nota exagerada dos militares e uma entrevista fora do tom do comandante da Força Aérea completaram o circo de horrores da semana. Ou seja, agregou-se aos desmandos de Bolsonaro alguns erros graves dos chefes militares).
Está aí, em síntese, a reação de hoje ao presidente Jair Bolsonaro e a semana que vivemos. Mas você, leitor, precisa saber a verdade: nada aconteceu de fato que possa pará-lo. Bolsonaro vai continuar com suas ameaças à democracia. E as instituições continuarão a ser fragilizadas por ele, sem uma reação à altura.
Sim, estamos reféns. Do nosso próprio presidente.