Depois do vexame do ministro Marcelo Queiroga, foi a vez do filho 03 do presidente Jair Bolsonaro mostrar as consequências do descaso com o coronavírus.
Nesta sexta, 14, o deputado federal Eduardo Bolsonaro confirmou que está com a Covid-19 e, em poucas palavras, deu sinais de que não concorda com tudo o que o pai diz.
Em mensagem nas redes sociais, Eduardo afirma que tomou a primeira dose da vacina da Pfizer, ao contrário do pai, que recusa a imunização.
Além disso, o deputado elogia a vacina e diz que sua contaminação não significa que o imunizante não seja eficaz.
Seu pai, no entanto, sempre criticou as vacinas e tem sido duramente criticado pela demora na compra dos imunizantes, caso que tem sido investigado pela CPI da Covid no Senado.
Apesar dessas discordâncias, Eduardo aproveitou a publicação para criticar o passaporte sanitário, também rejeitado pelo pai.
“Tomei a 1ª dose de Pfizer e contraí COVID. Isso significa que a vacina é inútil? Não creio. Mas é mais um argumento contra o passaporte sanitário”, escreveu Eduardo.
A contaminação mostra um sintoma do Brasil: diminuir a gravidade da Covid não é uma opção. Deixar de usar a máscara de proteção, se aglomerar e tratar a vacina como algo irrelevante também não são opções.
Eduardo Bolsonaro é o terceiro integrante da comitiva presidencial que foi aos Estados Unidos nesta semana que testou positivo para a Covid. E essa não é a primeira vez que o coronavírus atinge integrantes do governo durante uma viagem.
Em 2020, três autoridades que estavam na comitiva de Bolsonaro em encontro com Donald Trump também tiveram a doença: o então secretário de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wanjgarten, o senador Nelsinho Trad e o embaixador Nestor Forster.
Outro membro da família que parece não concordar com tudo o que Bolsonaro faz é sua própria esposa, Michelle. Em entrevista à VEJA, o presidente afirmou que a primeira-dama decidiu se vacinar mesmo depois de conversar com ele.
O negacionismo de Bolsonaro é rejeitado até pela sua família. A contaminação do filho 03 só mostra que a estratégia de ignorar a doença não funciona e pode trazer sérios riscos para o país.