O delegado Tácio Muzzi deve ser confirmado como o novo superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, informaram à coluna integrantes da cúpula da corporação.
Respeitado internamente, o policial trabalhou bastante tempo com crimes financeiros e combate a desvios de recursos públicos. Foi o número 2 na hierarquia do Rio quando da gestão do delegado Ricardo Saadi, criticado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro.
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Clique e AssineA superintendência carioca é motivo de obsessão do presidente da República, e sua insistência na troca do comando estadual da PF levou à queda do ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo e do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
Tácio Muzzi tinha atuação ativa na gestão de Saadi na superintendência da PF no Rio. O delegado se solidarizou com Saadi quando Bolsonaro afirmou, em agosto do ano passado, que gostaria de trocar o então superintendente por “questões de produtividade”.
Como explicou a coluna, Saadi já deixaria o cargo por vontade própria naquela época. A PF da gestão Maurício Valeixo, então, nomeou para o posto o delegado Carlos Henrique Sousa, que deixou a superintendência de Pernambuco e seguiu para o Rio. Não era o nome preferido do presidente.
Os delegados Ricardo Saadi e Carlos Henrique Sousa são dois dos seis delegados que serão interrogados no inquérito que investiga as denúncias de Moro sobre a suposta tentativa de interferência política de Bolsonaro na PF.
Tácio Muzzi também teve passagens no Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI) do Ministério da Justiça e no Departamento Penitenciário Nacional (Depen), também vinculada à pasta.
Delegados ouvidos pela coluna elogiaram o seu trabalho. “Sempre trabalhou com investigações e grandes operações. Dos melhores que temos”, afirmou um policial. “Excelente nome. Eu nem pensaria em um melhor”, disse outro delegado.
A se confirmar a nomeação (a nota oficial da PF está sendo redigida), a gestão do novo diretor-geral Rolando Alexandre de Souza começa a ganhar fôlego, afirmam esses delegados. Mas “apenas começa”.
Rolando Souza só foi escolhido para o cargo porque Alexandre Ramagem, preferido do presidente para o posto, teve a sua nomeação para a direção-geral da PF suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O magistrado avaliou que a designação dele – que é amigo dos filhos de Jair Bolsonaro – ao cargo poderia ferir o princípio da impessoalidade, que norteia o serviço público.
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