Joe Biden demorou.
Demorou, mas atendeu à grandeza do momento histórico.
Não é todo dia que um presidente dos Estados Unidos abre mão de uma disputa pela reeleição.
Biden está sendo criticado justamente por essa demora. Perdeu apoio de figuras públicas que sempre o apoiaram, de inúmeros parlamentares democratas, o partido perdeu doações de empresários históricos de esquerda e ele finalmente… desistiu.
Mas o que importa mesmo é o desapego ao cargo, empurrado ou não, na opinião desta coluna. Ele deixou a corrida.
Joe Biden já colocou seu nome na história em vários momentos, como quando virou o jogo quase perdido nas prévias democratas, em 2019, para se tornar candidato à presidência. Ou quando venceu Donald Trump e a extrema-direita americana em 2020. Ou quando liderou os esforços no Senado para aprovar legislações sobre crimes violentos contra mulheres.
Agora, abriu as portas para o que o mundo desejava, mas não mais acreditava: a possível disputa entre a mulher negra filha de imigrantes contra o líder da política anti-imigração dos Estados Unidos.
Kamala Harris, por ser mulher e negra, pode ser uma novidade tão forte, uma bala – e é difícil falar em bala – de prata que Trump não gostaria após ver seu favoritismo crescer vertiginosamente com o atentado.
O candidato republicano sofreu um ataque que não o feriu de morte por um átimo, quando desviou a cabeça no último segundo de uma bala calibre 556. Ela acertou sua orelha, mas não sua audição ou sua visão política.
Tem feito declarações estratégicas para conquistar o eleitor indeciso em um pleito que se mostra muito mais emocionante do que se pensava quando se iniciou o ano de 2024.
Façam suas apostas, leitores.