Na noite do dia 7 de setembro, uma discussão terminou com a morte de Benedito Cardoso dos Santos. A vítima apoiava o ex-presidente Lula. O suspeito do assassinato, Rafael Silva de Oliveira, é eleitor do presidente Jair Bolsonaro.
Os dois casos não são coincidência.
Eles mostram o pior lado do radicalismo defendido pelo atual presidente. A crueldade do ato mostra a raiva escondida dentro daqueles que não aceitam opiniões diferentes das suas. O autor do crime teria golpeado a vítima com uma faca e, em seguida, teria usado um machado para consumar o assassinato. Motivo fútil, crime político.
A retórica violenta e agressiva de Bolsonaro – e de alguns de seus apoiadores – faz mais uma vítima. O que vivemos hoje é o pior momento da rivalidade. A polarização sempre existiu, tanto aqui como em outros países, mas quando os adversários eram o PT e o PSDB, por exemplo, não chegamos nem perto de ver casos como esses.
Por isso esta coluna já disse e repete: quem intoxicou a política brasileira foi Jair Bolsonaro. Quem falou em “fuzilar a petralhada” foi o presidente no comando hoje.
Nem mesmo Lula, em seus ataques mais intensos a adversários, instigou a violência que Bolsonaro estimula. Ninguém chegou ao patamar do que vivemos hoje.
No caso desta semana, espera-se que a polícia não cometa os mesmos erros que cometeu em julho.
É preciso agir contra essas atitudes com urgência e precisão. Ninguém pode achar que está imune à Justiça e que pode sair por aí enfrentando as pessoas simplesmente porque elas são livres para ter opiniões políticas diferentes. A democracia precisa de uma atitude rápida das autoridades antes que um novo caso aconteça.