Depois da decisão sobre o Bolsa Família dada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi a vez de Lula ter sua primeira vitória política trazida pelas mãos de outro ministro da Suprema Corte.
Dessa vez, Ricardo Lewandowski foi o responsável por definir a maioria no julgamento do STF que declarou inconstitucional o chamado orçamento secreto. O placar terminou em 6 a 5, com o voto decisivo de Lewandowski.
Como a coluna adiantou ainda em novembro, Lula preferia que a decisão sobre o orçamento secreto fosse tomada pelo STF.
Abertamente a favor da continuidade dessas emendas, o presidente da Câmara, Arthur Lira, já havia deixado claro que lutaria pela manutenção das chamadas emendas do relator.
Lula, por sua vez, se posicionou contra o orçamento secreto durante sua campanha e poderia gerar um desgaste se tivesse que decidir sobre a questão.
Se o presidente eleito decidisse apoiar a manutenção do orçamento secreto, decepcionaria seus eleitores e agradaria Lira. Se fosse contra as emendas, criaria um conflito com o presidente da Câmara, mas agradaria os eleitores cumprindo com suas declarações de campanha.
Acontece que, graças ao STF, Lula não vai precisar escolher nenhum dos dois caminhos. O presidente eleito poderá colocar na conta dos ministros a decisão e ficará livre de atritos sobre o assunto.
A coluna também já havia adiantado que o STF formaria a maioria contra o orçamento secreto. O voto de Rosa Weber foi curto e direto e a maior parte dos ministros acompanhou o entendimento da relatora, que hoje preside à corte.
Lula mal comemorou a primeira vitória política e já está prestes a comemorar a segunda. Nesta terça, 20, os deputados se reúnem para votar a PEC da Transição. A expectativa, até então, é de que o texto seja aprovado sem problemas.
Resta saber se a insatisfação de Lira com a decisão de hoje do STF poderá impactar negativamente na aprovação da proposta mais importante para o início do governo Lula.