Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

A omissão de Aras diante do caos 

Enquanto lava as mãos sobre um eventual processo de impeachment, procurador-geral da República soa como salvo conduto para ameaças à democracia 

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jan 2021, 09h27 - Publicado em 22 jan 2021, 08h23

A polêmica nota do procurador-geral da República, Augusto Aras, mostra o quão abandonado está o Brasil. No pior momento desde o começo da pandemia, em que vemos os erros do governo federal nos afastar da esperança trazida pela vacina, ainda temos que lidar com um procurador que lava as suas mãos diante das irresponsabilidades de um presidente. Um presidente que nos colocou, com a ajuda de seu staff, em uma posição de isolamento mundial.

As recorrentes agressividades disparadas contra a China agora nos impedem de adquirir os insumos necessários para produzir as vacinas contra o coronavírus. Essa ineficiência vem estremecendo a estabilidade de Jair Bolsonaro e, enquanto a pressão pelo impeachment aumenta, o procurador diz que o assunto não é com ele. Ao contrário, afirma que cabe ao Legislativo averiguar os “eventuais ilícitos que importem em responsabilidade de agentes políticos da cúpula dos Poderes da República”.

Além de se eximir de suas atribuições – a de fiscalizar a lei –  no meio de uma de nossas maiores crises, Aras ainda afirma que “o estado de calamidade pública é a antessala do estado de defesa”. Ou seja, o estado de calamidade, que foi decretado para manter em vigor as medidas sanitárias de combate à pandemia, pode dar lugar, a qualquer momento, à volta de ações coercitivas para preservar a “ordem pública”.

Se fosse para perpetuar a ordem pública, Bolsonaro deveria ser o primeiro a ser retirado de cena. Afinal, toda a sua condução durante a pandemia mais causou divisão, histeria e desordem do que qualquer outra coisa. Incitações a aglomerações, desorientação, brigas políticas, atropelos de gestão e geração de polêmicas são apenas alguns de seus desarranjos.

Continua após a publicidade

No meio de todo esse caos, a nota de Aras gerou repercussões negativas entre seus pares. Seis subprocuradores-gerais da República e a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) criticaram sua postura, assim como o Conselho Superior do Ministério Público, que viu seu teor com preocupação. Além disso, membros do Supremo Tribunal Federal também avaliaram as afirmações do PGR como um verdadeiro desastre.

As afirmações de Aras soaram mais como um salvo conduto para justificar que a crise sanitária pode, de fato, se alastrar para “outras dimensões da vida pública”. O contrassenso do procurador-geral ainda prossegue quando ele diz que é “tempo de temperança, e prudência, em prol da estabilidade institucional”. Ora, prudência da parte de quem? Daqueles que querem levar o impeachment adiante? Não seria melhor, em vez de se omitir, clamar prudência a si mesmo, tendo em vista o cargo que ocupa? A grande questão é que se comete crime por omissão durante a pandemia porque dura lex, sed lex. Isto é, a lei é dura, porém, é a lei.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.