A nova realidade paralela da Câmara e do Senado
Em meio aos mais assustadores avisos do planeta sobre mudanças climáticas, parlamentares querem mais agrotóxicos e combustíveis fósseis como o carvão
O Congresso Nacional brasileiro resolveu viver numa realidade paralela em meio a todos os sinais dados pelo planeta em relação às mudanças climáticas. E quando escrevo Congresso, leitor, vale para a Câmara e o Senado.
Às vésperas da conferência da ONU sobre mudança do clima, o Senado aprovou o PL do Veneno, flexibilizando o uso de agrotóxicos numa descarada tramitação em regime de urgência.
Ainda que o senador Fabiano Contarato tenha melhorado a proposta, o momento agora é de aumentar o controle para que isso não afete a saúde humana ou o meio ambiente. É a hora de biofertilizantes, biodefensivos, e não de mais agrotóxicos.
Esse foi o papelão do Senado nesta semana, que não tem vivido apenas em busca de tirar poderes do Supremo.
Enquanto isso, a ideia na Câmara é a de estender até 2050 os subsídios para a energia do carvão.
Não sei se os congressistas estão informados, mas o que está sendo discutido na Conferência do Clima é que a humanidade pode acabar – a vida ficar inviável no planeta Terra. Especialmente, se continuarmos a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa.
Neste exato momento, a Câmara se movimenta para dar mais incentivo fiscal, deixar de cobrar imposto e reduzir a taxação sobre energia de carvão.
Qual o pior fonte, pior até que o petróleo? O Carvão. É considerado o combustível fóssil que mais polui o meio ambiente.
Mas o Congresso Nacional brasileiro não parece nem um pouco preocupado. Parece é querer nos empurrar para o abismo.