O norte político principal do ministério da Defesa de Lula, onde o presidente escalou o competente José Múcio, é pacificar a relação com as Forças Armadas. Dar um passo para trás, apurou a coluna com interlocutores do alto escalão do governo.
Trata-se de um caminho perigoso.
Há muitos anos, Exército, Marinha e Aeronáutica precisam do contrário: um passo à frente de um governo civil eleito.
Na última gestão essa que já pode ser considerada uma mazela brasileira – a transformação das Forças Armadas em órgãos de governo – voltou a piorar com o uso político de Bolsonaro.
Mesmo sendo o principal culpado, Jair Bolsonaro contou com a anuência dos generais – diga-se de passagem – para politizar canhões e baionetas.
Ocorre que, desde a redemocratização, o país não vê uma oportunidade tão singular de enfrentar este problema.
É preciso mesmo lembrar que o bolsonarismo só nasceu porque não houve o enfrentamento dos crimes cometidos por agentes de Estado em prédios públicos durante a ditadura militar?