Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Matheus Leitão

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

A desculpa inacreditável do Datafolha para os erros das pesquisas

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 out 2022, 11h10 - Publicado em 4 out 2022, 09h57
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Passando por uma forte crise de credibilidade após o primeiro turno das eleições, os diretores dos institutos de pesquisas estão vindo a público defender teses até aqui bastante questionáveis sobre seus erros. Parecem, ao menos nesse primeiro momento, sem âncora com a realidade.

    O Datafolha, por exemplo, fez uma salada mal temperada hoje para tentar explicar o erro fora da margem em relação aos votos de Jair Bolsonaro. Primeiro, se escorou no Ipec – outro dos mais reconhecidos institutos – para mostrar que o antigo instituto Ibope também registrou números semelhantes em relação ao atual presidente.

    Depois, a diretora do Datafolha, Luciana Chong, colocou, por exemplo, a “culpa” do erro num voto útil pró-Bolsonaro “oriundo dos eleitores que antes declaravam preferência por Simone Tebet e, principalmente, por Ciro Gomes”, segundo reportagem da Folha.

    Bem, o Datafolha acertou, dentro da margem de erro, quanto a candidata emedebista e quanto o candidato pedetista teriam no primeiro turno, mesmo que as urnas tenham mostrado um número menor do que apontado nas últimas pesquisas.

    Ou seja, não dá para dizer que houve erro do próprio instituto em relação a esses candidatos. O fator determinante para a migração dos votos, segundo o Datafolha, seria o medo de uma vitória de Lula no primeiro turno entre eleitores de Ciro.

    Continua após a publicidade

    Um raciocínio que não faz muito sentido.

    Mesmo que a estratégia do pedetista tenha sido a de bater mais em Lula que em Bolsonaro, o eleitor cirista está mais à esquerda do espectro político.

    É uma explicação insuficiente por uma questão aritmética: quando foi que o Ciro teve todo esse capital político para transferir para Bolsonaro?

    Continua após a publicidade

    Parece mais uma desculpa para explicar por que o instituto não captou o verdadeiro tamanho do bolsonarismo hoje no Brasil do que qualquer outra coisa.

    Mesmo que a tese esteja correta, o que o Datafolha não explicou foi como conseguiu a proeza de, em São Paulo – conhecendo tudo sobre o estado –, ter errado de forma tão gigantesca em relação a Tarcísio de Freitas, justamente o candidato bolsonarista que se aproxima de ser o próximo governador.

    No dia 1º de outubro, o Datafolha marcava que o ex-ministro da Infraestrutura tinha 31%. Ao ver a abertura das urnas no dia seguinte, o Brasil testemunhou Tarcísio com 42% dos votos, uma diferença de 11 pontos percentuais. Fernando Haddad também marcava um número de votos que extrapolou a margem de erro. Para baixo.

    Continua após a publicidade

    O instituto colocou a culpa nos indecisos.

    Os erros das pesquisas para o Senado – cujo humor do eleitorado é sim mais difícil de captar – são ainda mais grotescos. O astronauta Marcos Pontes tinha 31% no Datafolha e foi eleito por São Paulo com 49%. Teve voto útil pedetista para ele também?

    Esta coluna não está apontando má fé do instituto, como alardeia o tempo todo o presidente da República em sua insana forma de fazer política através do discurso violento – gerando, inclusive, riscos aos pesquisadores, o que é um absurdo em um país que se diz democrático.

    Mas o resultado da eleição impõe aos institutos uma revisita à metodologia e à abordagem, assumindo de fato o erro, ou o país ficará em voo cego sobre o que está de fato acontecendo com o eleitorado neste importante segundo turno.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.