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Por Marcela Rahal
Jornalista, repórter e apresentadora. Blog de informação e análise do cenário político nacional
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Do imbrochável ao pedido de anistia

Com medo de uma iminente prisão, Bolsonaro segurou os ataques ao STF e, ainda, chegou a pedir perdão aos condenados pela tentativa de golpe do 8 de janeiro

Por Marcela Rahal Atualizado em 26 fev 2024, 10h13 - Publicado em 26 fev 2024, 10h10

Bolsonaro apostou alto convocando apoiadores para o ato na Av. Paulista. A manobra era arriscada por dois motivos: o evento poderia ter um tom golpista a ponto de gerar uma prisão preventiva e a ausência de fãs. Nada disso aconteceu.

Poderia ser uma vitória? Pensando só nos riscos, sim. Mas e os ganhos? Do ponto de vista jurídico, o evento não impacta na possibilidade de prisão.

Aliados importantes compareceram ao evento, alguns ainda de olho no capital político do ex-presidente. O governador Tarcísio de Freitas discursou mais como candidato do que apoiador. O prefeito Ricardo Nunes nem falou. No fundo, pareciam com medo de se comprometer.

Seu defensor mais enfático foi o pastor Silas Malafaia, idealizador do evento, que atacou (mas não xingou) o STF, o ministro Alexandre de Moraes e as investigações. Em tom de pregação, disse que Bolsonaro não passou de vítima nessa suposta trama golpista.

O discurso de perseguição política foi recheado de uma versão ilusória dos fatos. Justificativas de que faltaram armas para consolidar o golpe e talvez a minuta (inclusive citada por Bolsonaro na manifestação) tivesse que estar assinada e com reconhecimento de firma pra valer como prova.

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Não basta tudo o que foi encontrado facilmente no computador do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e na sede do PL. Talvez precisassem de algo ainda mais óbvio.

Fato é que, além disso, a conspiração golpista existiu abertamente, durante 4 anos de governo. Ataques às urnas, a ministros da Suprema Corte e recados claros de que decisões não seriam cumpridas.

Uma trama golpista estava sendo de fato articulada, segundo investigações da PF. Mensagens trocadas entre militares de alta patente, reuniões e conversas golpistas, Abin monitorando adversários políticos, tentativas reiteradas de desacreditar o sistema de votação que, aliás, nunca conseguiram provar uma mísera falha.

O que se viu ontem foi um ato de desespero político. A ex-primeira dama, inclusive, entoou um tom de choro durante seu discurso. A voz do pastor vinha acompanhada de efeitos sonoros para dar mais dramaticidade à cena. Bolsonaro estava usando até colete a prova de balas.

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Uma multidão acompanhava atenta aos discursos vindos do caminhão de som. O ex-presidente de fato tem a capacidade de mobilizar seus fãs, que são uma parcela importante da sociedade que nunca deixou de acreditar nele, influenciados por versões muitas vezes fantasiosas dos fatos. Mas isso não é suficiente para livrá-lo de tantas acusações.

Bolsonaro que, no mesmo local em 2021 xingava o ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos que investigam o ex-presidente, agora conteve-se por medo de uma prisão preventiva. De quebra, ainda defendeu anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro. E pra terminar, o “imbrochável”, como gostava de se definir,  pediu para “aqueles poucos ou raros que nós não gostamos voltem a pensar com o coração”.

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