A pulga atrás da orelha em governistas com a privatização da Sabesp
Após apagão da Enel, deputados estão cautelosos com tramitação do projeto de conceder a empresa à iniciativa privada

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, corre contra o tempo para tentar aprovar o projeto de privatização da Sabesp até dezembro, enquanto a oposição tenta atrasar o processo com ações na Justiça. O fato é que depois do apagão da Enel, no último dia 4, até deputados da base do governo paulista estão com pé atrás, ainda mais em ano pré-eleitoral.
A coluna ouviu que o temor é de que o caos gerado com mais de 2 milhões de pessoas sem energia na região metropolitana, o argumento para a aprovação precisa ser mais consistente para que não haja dúvida e margem para a oposição. Deputados da base, até então convictos da proposta, querem entender os erros no processo de privatização da Enel para dar continuidade ao processo.
Inclusive, um fato curioso chamou à atenção nesta terça-feira (14) durante o depoimento do presidente da Enel, Max Xavier Lins, à CPI na Assembleia Legislativa: a luz acabou 2 vezes. Parece piada pronta.
Vale lembrar que o advogado e ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, se opôs à privatização da Sabesp após o apagão, nas redes sociais. “Se com energia elétrica o transtorno é enorme, imaginem se a companhia de água cair nas mãos de grupos tão incompetentes quanto os de energia”, afirmou no X. Outros bolsonaristas também criticaram a medida.
Nesta quinta-feira, o governo marcou uma audiência pública para debater a privatização na Alesp. Tarcísio tem pressa e diz que a concessão da empresa será bem criteriosa e que, além disso, o governo ainda terá uma parcela de participação na companhia.
Ainda não há certeza sobre a quantidade de votos favoráveis à medida. A margem, até o momento, é apertada.