O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nesta terça-feira, 12, os resultados preliminares do Teste Público de Segurança da Urna (TPS). A avaliação é realizada a cada dois anos pela Justiça Eleitoral, sempre no ano anterior às eleições, para identificar e corrigir possíveis falhas de segurança nas urnas eletrônicas.
A sétima edição do teste, finalizada no último dia 1º, contou com a participação de 33 investigadores especializados em segurança cibernética. Durante as provas, as equipes realizaram 35 planos de ataque contra as urnas eletrônicas, com o objetivo de tentar burlar os sistemas de proteção dos aparelhos e acessar ou adulterar os resultados de votação.
Ao final do teste, os participantes apresentaram à Justiça Eleitoral um documento com sete sugestões de melhoria nos mecanismos de proteção da urna eletrônica. Nas próximas etapas, os técnicos do TSE irão avaliar os riscos relatados e, caso seja identificada a necessidade de aperfeiçoar os sistemas, convocarão os investigadores para uma nova rodada de testes, prevista para ocorrer entre 15 e 17 de maio do próximo ano.
Ataques às urnas eletrônicas
Os questionamentos à segurança das urnas eletrônicas foram pauta constante na agenda do ex-presidente Jair Bolsonaro durante seus quatro anos à frente do Palácio do Planalto. Em repetidas ocasiões, o então mandatário levantou a hipótese de que hackers com alto conhecimento poderiam invadir os aparelhos e modificar os dados de votação com o objetivo de fraudar os resultados eleitorais.
Em agosto de 2021, durante uma live semanal, Bolsonaro chegou a divulgar um inquérito sigiloso da Polícia Federal que apurava supostos ataques às urnas ocorridos nas eleições de 2018. Por conta do vazamento da operação, o próprio ex-presidente tornou-se alvo da PF, que concluiu ao fim das investigações que houve crime de divulgação de informações sigilosas.
Outro episódio notório ocorreu em julho de 2022, quando o presidente convocou uma reunião com embaixadores de diversos países no Palácio do Planalto e usou a ocasião para, novamente, questionar a segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral. Por conta do evento, no último mês de junho, Bolsonaro foi condenado pelo TSE por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, tornando-se inelegível por oito anos.