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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Único a unir a esquerda no país, candidato larga com 7% em Florianópolis

Professor da UFSC, Elson Pereira atrai PT, PDT, PCdoB, PSB, Rede, Unidade Popular e PCB em torno de sua candidatura, mas corre risco de nem ir ao 2º turno

Por Da Redação Atualizado em 9 dez 2020, 09h39 - Publicado em 7 out 2020, 08h00
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  • Um professor universitário de 57 anos conseguiu em Florianópolis o que muitos vêm tentando há tempos sem sucesso algum: unificar os partidos brasileiros de esquerda para a disputa de uma eleição.

    Filiado ao PSOL, Elson Manoel Pereira é o candidato a prefeito da cidade apoiado por uma frente que inclui PT, PDT, PSB, PCdoB, Rede, PCB, Unidade Popular – o caçula dos partidos brasileiros, fundado em 2019 – e até organizações que nem partidos são ainda, mas pretendem, como o PLCLP (Polo Comunista Luiz Carlos Prestes) e a UCB (Unidade Comunista Brasileira). O vice é o vereador Lino Peres (PT). Das legendas nacionais de esquerda, apenas o PSTU e o PCO ficaram fora da frente.

    Só para comparação, na cidade de São Paulo, esses mesmos partidos que fecharam com Elson têm cinco candidatos diferentes – no Rio de Janeiro, quatro. “Florianópolis entra para a história. Está consolidada a maior frente democrática e popular entre as capitais do país”, disse Elson ao ter seu nome indicado na convenção. “O Brasil inteiro está de olho na eleição da cidade. Floripa será uma vitrine”, observou otimista o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, na mesma convenção.

    O otimismo talvez não seja para tanto. Ele já disputou a eleição para a prefeitura em 2012 (chegou em quarto) e 2016 (chegou em terceiro). Na última eleição, quando teve só o apoio da Rede e do PV, ele obteve 20,6% dos votos válidos e ficou menos de quatro pontos percentuais atrás de Ângela Amin (Progressistas), a segunda colocada. A cidade, no entanto, não teve segundo turno porque Gean Loureiro (DEM) venceu no primeiro, com 50,2% dos votos válidos.

    A batalha agora é a mesma, mas parece estar mais difícil, mesmo com tanto apoio obtido na esquerda. Professor Elson, como se apresenta, vai enfrentar novamente Gean Loureiro e Ângela Amin e, de novo, está em desvantagem: segundo a última pesquisa Ibope, ele tem 7% dos votos, enquanto os dois rivais têm, respectivamente, 44% e 15%. Além disso, Elson está empatado tecnicamente com Pedro Silvestre (PL), que tem 9% e numericamente aparece à sua frente. A esquerda não consegue colocar um candidato no segundo turno em Florianópolis desde 1996, quando Afrânio Boppré (PT) foi derrotado por Ângela Amin.

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    Em seus pronunciamentos, Elson defende como suas principais ideias a adoção da administração participativa e a transformação da capital catarinense em uma cidade mais “humana”. “Mais do que uma união de siglas partidárias, que tem história na construção de uma cidade mais solidária, justa e humanista, a nossa coligação representa um programa de governo que objetiva colocar nas mãos da população de Florianópolis a construção de seu futuro”, afirmou.

    Currículo

    Elson é professor de planejamento urbano na graduação e leciona na pós-graduação de geografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Segundo o PSOL, ele é graduado em engenharia civil e mestre em administração pública pela mesma instituição, além de doutor em urbanismo pelo Instituto de Urbanismo de Grenoble e pós-doutor em Geografia pelo Instituto de Geografia Alpina, ambos na França. Foi professor convidado na França, Canadá e Coimbra.

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