O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), autorizou dois processos de investigação externa que envolvem a Receita Federal. Um deles é sobre o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), última instância contra autuações tributárias aplicadas pelo órgão. O outro atinge o Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf), que reúne recursos que são usados pela Receita.
Sobre o Carf, a auditoria quer verificar a legalidade, legitimidade e eficiência de seus procedimentos. Já no Fundaf, o objetivo é avaliar a execução das receitas e despesas que abastecem o fundo, usado para financiar suas atividades de fiscalização e ressarcir despesas operacionais. Escrutinar o fundo não é tarefa das mais simples, já que, desde 2016, dúvidas sobre a aplicação dos recursos que ele guarda devem ser submetidas, segundo regras da própria Receita Federal, a um processo administrativo.
A decisão de Dantas intensifica, ainda mais, a pressão sobre a Receita Federal. Em março deste ano, o próprio ministro determinou que o Ministério da Economia e a Secretaria de Receita Federal se manifestassem sobre os indícios de irregularidades apontados no pagamento de “bônus de eficiência e produtividade” a auditores fiscais. Na ocasião, o magistrado afirmou que os supostos erros foram elencados pela Secretaria de Macroavaliação Governamental do Tribunal (Semag).
Além disso, apontou Dantas, embora haja previsão de que o Fundaf seja a fonte de recursos para pagamento dos bônus, não há previsão quantitativa de repartição do Fundo para estes benefícios.