Dois dias antes de o ex-presidente Jair Bolsonaro prestar depoimento na Polícia Federal (juntamente com a ex-primeira dama Michelle e outros investigados) para falar sobre a venda de jóias e relógios no exterior, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) enviou uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo para que o órgão investigue um presente recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2005.
O objeto, um relógio Piaget, é avaliado em 80.000 reais e foi dado de presente ao petista pelo ex-presidente da França Jacques Chirac. A peça não foi catalogada pelo acervo presidencial à época. “Trata-se de presente que não foi incorporado ao acervo institucional da Presidência da República e ao patrimônio da União, em evidente afronta ao princípio da moralidade”, afirma Girão.
Ao pedir de forma imediata a entrega do relógio, o parlamentar afirma que tal ato tem o objetivo de evitar a venda ou a doação do presente, justamente a acusação imputada a Bolsonaro — o que é interpretado pelos governistas como mais uma cortina de fumaça para ajudar o ex-presidente.
Veja abaixo os três pedidos feitos por Girão:
– Apurar o fato denunciado, em razão de evidente afronta aos princípios da moralidade e da impessoalidade;
– Realizar a oitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva;
– Se confirmar os fatos, proceder a responsabilização de toda a cadeia de agentes envolvidos, sem prejuízo de remessa de cópia da presente representação ao Ministério Público Federal (MPF) para adoção das medidas adequadas na seara penal.