A Justiça de São Paulo arquivou o processo por danos morais movido pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) contra o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Boulos foi à Justiça após ter sido chamado de “vagabundo, invasor e sem-vergonha” por Nunes. Na ação, ele pedia que seu currículo profissional fosse publicado nas redes sociais do prefeito como forma de retratação.
Na decisão, o juiz Rogê Naim Tenn, da 13ª Vara Cível, afirma que o pedido apresentado pelo parlamentar não encontra respaldo legal e, assim, negou o pleito e arquivou a ação. “No presente caso, o autor afirma que sofreu danos morais em virtude das supostas ofensas perpetradas pelo réu e, em vez de veicular pedidos de efetiva retratação, requereu que o réu publicasse o ‘curriculum lattes’ do demandante, pedido que não apresenta qualquer pertinência com a causa de pedir trazida”, afirmou o juiz.
A ação apresentado por Boulos foi uma reação a declarações de Nunes em discurso feito durante a convenção do PL, partido de seu candidato a vice, o coronel Ricardo Mello Araújo. “Quero agradecer a cada um dos senhores por dar esse voto de confiança para que a gente possa dar continuidade a esse trabalho e vencer o invasor, vencer esse vagabundo desse sem-vergonha”, disse o prefeito, sem mencionar o nome do adversário.
Na petição, Boulos alegou dano à imagem, à honra e potencial interferência no processo eleitoral. Em nota enviada a VEJA, Ricardo Nunes afirmou que não citou diretamente o adversário.
Disputa
Pesquisa Quaest divulgada na última semana mostra um cenário embaralhado no primeiro turno da disputa à Prefeitura de São Paulo, com três candidatos tecnicamente empatados dentro da margem de erro. Segundo a sondagem, Ricardo Nunes (MDB) aparece com 20%, seguido por Guilherme Boulos (PSOL), com 19%, e José Luiz Datena (PSDB), também com 19%.
Na sequência, estão Pablo Marçal (PRTB), com 12%, Tabata Amaral (PSB), com 5%, Kim Kataguiri (União), com 3% — ele, no entanto, já anunciou a desistência –, e Marina Helena (Novo), com 3%.