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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Preso pela Lava-Jato, Beto Richa vai trocar o PSDB pelo PL de Bolsonaro

Ex-governador do Paraná se reuniu com presidente da sigla Valdemar Costa Neto; plano é consolidar disputa à Prefeitura de Curitiba

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 11h22 - Publicado em 13 mar 2024, 19h41

O deputado federal Beto Richa (PSDB-PR), ex-governador do Paraná, se reuniu nesta quarta-feira, 13, com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para afinar os últimos detalhes de sua filiação à sigla. Segundo interlocutores da legenda de Jair Bolsonaro, faltam apenas “algumas conversas finais” para a oficialização do enlace, que deve acontecer ainda neste mês.

A migração de Richa tem como principal objetivo a disputa da Prefeitura de Curitiba pelo PL nas eleições deste ano. A ideia da cúpula do partido é consolidar uma candidatura conservadora e de direita na capital, alavancada por Bolsonaroque já começou a fazer as vezes de cabo eleitoral pelo país. A sigla já tem um pré-candidato à prefeitura, o deputado estadual Ricardo Arruda (PL), mas o nome de Richa é tido como mais competitivo entre o eleitorado curitibano, cujos votos têm se pulverizado entre o petismo e em partidos de direita como o União e o PSD, do governador Ratinho Jr.

O que acendeu o alerta na legenda foram os resultados das últimas pesquisas eleitorais. Sondagem de dezembro feita pelo Instituto Paraná Pesquisas mostra o deputado federal e ex-prefeito de Curitiba Luciano Ducci (PSB) com 16%, seguido pelo deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil). Na sequência, figuram Beto Richa (PSDB), com 13,5%, e o atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD).

Caso sacramentada, a saída de Richa será mais uma baixa para o ninho tucano, que nos últimos anos viu uma debandada de prefeitos e de filiados. O ex-governador está no PSDB desde 2002, quando se candidatou e venceu a disputa pela Prefeitura de Curitiba.

Lava Jato

Um dos entraves de uma eventual candidatura de Beto Richa em Curitiba, epicentro da Lava-Jato, é o fato de o ex-governador ter sido preso duas vezes pela força-tarefa em investigações sobre corrupção. O eleitorado bolsonarista do estado é majoritariamente apoiador da operação. Em dezembro de 2023, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, declarou nulidade absoluta de todos os atos praticados contra Richa em processos da Lava Jato e, por isso, trancou as persecuções penais instauradas contra ele no âmbito da operação.

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Eleições

Mais do que a tentativa de arrematar a capital, a filiação de Beto Richa ao PL diz respeito também às disputas no interior do Paraná. Segundo interlocutores, o capital político do ex-governador — que comandou o estado por dois mandatos consecutivos, entre 2011 e 2018 –, ainda é forte e servirá para impulsionar candidaturas em outras cidades.

O movimento se fez necessário, dizem mandatários do PL, devido à articulação que o próprio governador Ratinho Jr (PSD) tem feito junto a prefeitos do estado. Como se sabe, a relação entre Bolsonaro e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, é marcada por atritos. O último episódio aconteceu em fevereiro deste ano, quando o ex-presidente compartilhou no WhatsApp uma mensagem na qual criticava o cacique, chamando-o de “farsante”. A mensagem comentava uma entrevista na qual Kassab elogiava a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e dizia que ambos garantiam o “diálogo entre esquerda e direita”.

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