Depois de dois anos espalhando notícias falsas sobre a Covid-19, o bolsonarismo vai dando seus últimos suspiros negacionistas enquanto tenta descredibilizar as vacinas contra o vírus, ainda que a imunização da população tenha diminuído a gravidade da pandemia. No mais recente deles, a deputada federal Carla Zambelli (União Brasil-SP) criou um site para lutar contra o passaporte vacinal.
O portal “Exijo Liberdade” foi montado para auxiliar pessoas que não querem se vacinar. Nele, o internauta tem acesso a requerimentos que solicitam a participação de não imunizados em atividades presenciais nas instituições que usam o passaporte vacinal, como escolas. Mas, para ter acesso ao documento, é preciso preencher uma série de dados pessoais, como CPF e endereço.
No mesmo site, também se encontra um abaixo-assinado a favor do PL 3702/2021, projeto que prevê o fim do passaporte vacinal.
A medida da parlamentar bolsonarista se encaixa nas últimas tentativas negacionistas do grupo que apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL). Há alguns dias, os mesmos fizeram circular de forma descontextualizada um estudo divulgado pelo governo do Reino Unido que apontaria que 9 em cada 10 mortes pela doença são de imunizados. A tese falsa foi copiada do mesmo site britânico que divulgou que a vacina contra a Covid-19 poderia causar Aids.
As notícias falsas têm visado descredibilizar principalmente a vacinação infantil. Em uma nota técnica divulgada em 16 de fevereiro, o Observatório Covid-19 Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) alertou que a disseminação de fake news sobre a eficácia e segurança da imunização para a faixa etária entre 5 e 11 anos atrasam a vacinação infantil e, consequentemente, o retorno das atividades escolares.