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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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O silêncio de Carlos Bolsonaro sobre os atos de 7 de setembro

Filho do presidente, que é um dos alvos de inquérito do STF que apura atos antidemocráticos, tem evitado falar da manifestação bolsonarista

Por Camila Nascimento Atualizado em 25 ago 2021, 11h50 - Publicado em 25 ago 2021, 11h26

O vereador e filho Zero Dois do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), está ignorando em suas redes sociais o burburinho no bolsonarismo em torno das convocações para as manifestações previstas para o dia 7 de setembro.

O silêncio, que destoa também do comportamento de outros membros da família, pode ser explicado pelo fato de ele ser um dos principais alvos do inquérito do Supremo Tribunal Federal que investiga os atos antidemocráticos e a divulgação de fake news pelas milícias digitais do bolsonarismo.

O ministro Alexandre de Moraes vem fechando o cerco contra páginas bolsonaristas que divulgam informações contra a democracia e fake news. No âmbito dessa investigação, ele autorizou a prisão do presidente do PTB, Roberto Jefferson, e casou temor no bolsonarismo de um possível avanço sobre outros aliados do presidente, incluindo Carlos Bolsonaro.

Os atos de 7 de setembro acabaram entrando na mira da Corte devido às ameaças que estão sendo direcionadas aos ministros do STF e ao Congresso Nacional. Moraes determinou, por exemplo, que a Polícia Federal realizasse buscas e apreensões contra organizadores da manifestação e figuras que incitavam atitudes golpistas para a data, incluindo o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ) e o cantor Sérgio Reis.

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Carlos não fez nenhuma convocação para os atos, ao contrário do pai, que já confirmou que estará em Brasília e São Paulo, onde devem acontecer as duas maiores manifestações. Já o outro filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), tem feito publicações mais incisivas sobre o assunto e apoiado o ato. Ele defendeu os policiais que estão fazendo convocações para as manifestações e Antonio Galvan, o empresário que preside a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho) e está sendo investigado por organizar e financiar ações golpistas no dia da Independência. Eduardo também retuítou um post que falava em retirar na data os “11 infiéis urubus”, referindo-se aos ministros do STF.

Enquanto isso, Carlos Bolsonaro tem feito publicações sobre outros assuntos, como isolamento social, CPI da Covid-19 e críticas à oposição. O vereador também fez postagens vagas ligados ao inquérito das milícias digitais. Ele cobrou a investigação de outros parlamentares, sugeriu uma possível censura dos investigados e criticou o acesso do senador e relator da CPI da pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), a documentos do inquérito dos atos antidemocráticos. Sobre a prisão de Jefferson, Carlos foi vago e nem citou o nome do bolsonarista.

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