O palanque dos sonhos de Jair Bolsonaro no ato do dia 25
O ex-presidente tem procurado políticos alinhados com a direita para acompanhá-lo no ato em São Paulo
Depois da confirmação da presença do governador paulista Tarcísio de Freitas no ato convocado por Jair Bolsonaro no próximo dia 25, cresceu o otimismo do ex-presidente com a possibilidade de montar um “palanque dos sonhos” na manifestação, reunindo várias lideranças da direita no país. Segundo Bolsonaro comentou ontem com uma pessoa próxima, estariam confirmadas também as presenças do prefeito paulistano Ricardo Nunes e dos governadores Ronaldo Caiado (Goiás) e Jorginho Mello (Santa Catarina). O ex-presidente disse ainda que aguarda respostas dos governadores Romeu Zema (Minas Gerais) e Ratinho Jr. (Paraná).
Procurados pela reportagem de VEJA, Nunes, Caiado, Zema e Ratinho Jr. ainda não se pronunciaram. A nota será atualizada assim que eles se manifestarem. A assessoria de Jorginho Mello negou a presença no ato de Bolsonaro, dizendo que o governador catarinense estará na data em missão nos Emirados Árabes Unidos, com previsão de retorno ao Brasil no dia 26.
Com a manifestação, Bolsonaro busca demonstrar força política no momento em que o cerco se fecha contra ele e aliados em função de investigações relacionadas à suposta tentativa de golpe de estado. No dia 8, o ex-presidente teve o seu passaporte apreendido em operação da Polícia Federal que prendeu quatro de seus ex-assessores e cumpriu 33 mandados de busca de apreensão.
Convocação por vídeo
No vídeo em que divulga o ato da Paulista, o ex-presidente deixa claro que pretende reunir eleitores para, “mais do que discursos”, fazer uma “fotografia” do apoio que ainda arregimenta mais de um ano depois de deixar o comando do Palácio do Planalto. Dezenas de deputados bolsonaristas divulgam a manifestação pelas redes sociais e falam em reunir mais de 500 mil pessoas.
Marcado para começar às 15h, o protesto, segundo o ex-presidente, será pacífico e em defesa do estado democrático de direito. De forma a evitar mais complicações jurídicas, ele pediu que os presentes não levem consigo faixas ou cartazes contra autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Em setembro de 2021, também na Avenida Paulista, o então presidente chamou Moraes de “canalha” e afirmou que não iria cumprir suas determinações judiciais. Na época, as ordens eram relacionadas justamente a declarações ou reuniões classificadas como antidemocráticas e também a afirmações que levantavam dúvidas sobre a legalidade do sistema eleitoral brasileiro.