Indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o advogado Cristiano Zanin não deve ter problemas para reunir os 41 votos no Senado necessários à aprovação de sua nomeação à Corte. Zanin será sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa na próxima quarta-feira, 21, mesmo dia em que terá a indicação avaliada pelos senadores em plenário.
O prognóstico a Zanin é favorável diante do histórico de que nenhum presidente indica um nome à Suprema Corte sabendo que ele corre risco de ser rejeitado. Desde que o STF foi criado, em 1890, ano seguinte à Proclamação da República, apenas cinco escolhas presidenciais ao STF foram rejeitadas no Senado, todas elas no governo do marechal Floriano Peixoto, em 1894.
Em suas andanças entre gabinetes de senadores, no tradicional périplo de indicados ao STF antes das sabatinas, Cristiano Zanin recebeu apoio maciço em partidos da base aliada, como PT, PSD, MDB, PDT e PSB, e obteve votos favoráveis de alguns nomes da oposição, como o ex-ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP-PI), e o senador Carlos Portinho (PL-RJ).
Entre uma ala da oposição, contudo, os votos contrários a ele no Supremo já estão definidos: Rogério Marinho (PL-RN), líder oposicionista no Senado, Magno Malta (PL-ES), Eduardo Girão (Novo-CE), Cleitinho (PSC-MG), Marcos do Val (Podemos-ES), Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Damares Alves (Republicanos-DF), Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Sergio Moro (União Brasil-PR), com quem Zanin antagonizou nos tempos de advogado de Lula na Lava Jato.
Filho de Bolsonaro, que recentemente declarou que indicações ao STF são “de competência do presidente”, evitando atacar Zanin, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também não tem feito críticas abertas à escolha do petista e pode acabar sendo um voto favorável ao virtual novo ministro do Supremo.