A Procuradoria da República do Distrito Federal entrou com uma ação de improbidade administrativa contra Luiz Roberto Ortiz Nascimento, controlador da Camargo Corrêa. Os procuradores cobram cerca de R$ 3 bilhões por suposta participação do empresário num esquema que gerou um rombo de R$ 422 milhões ao Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras.
Nascimento já responde criminalmente pelo episódio, num processo protocolado em julho deste ano. É acusado de gestão fraudulenta, corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de valores de instituição financeira. Agora, o Ministério Público Federal tenta obrigá-lo a ressarcir as vítimas, ou seja, os beneficiários do Petros. O valor exigido corresponde ao triplo do dano causado, com correções.
O caso integra a Operação Greenfield, que mira em falcatruas nos principais fundos de pensão do país. De acordo com as investigações, Nascimento subornou ex-executivos do Petros para que o fundo comprasse ações da Itausa que pertenciam à Camargo Corrêa. Acerto feito, a Petros adquiriu os papéis a preços bem superiores aos do mercado, segundo os procuradores.
A negociata foi revelada por três personagens que a acompanharam de perto e, anos mais tarde, firmaram acordos de delação premiada: Antonio Palocci, Joesley Batista e Guilherme Gushiken, este último, filho de Luiz Gushiken, um dos fundadores do PT.