Ministros inauguram Casa de Governo para coordenar ações na terra Yanomami
Um ano após o início da ofensiva do governo Lula, crise no território ainda persiste
Uma comitiva de dez ministros está em Boa Vista, em Roraima, nesta quinta-feira, 29, para instalar a Casa de Governo que vai coordenar ações para enfrentar a crise na Terra Indígena Yanomami. O presidente Lula assinou um decreto que mantém a estrutura na capital até dezembro de 2026, no prédio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Durante a inauguração da casa, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, vai assinar um ato para viabilizar a distribuição de cestas de alimentos no território. O governo também anuncia a criação de um Centro de Referência em Direitos Humanos e de uma equipe federal do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas para atuar na proteção de lideranças indígenas ameaçadas.
Além da ministra dos Povos Indígenas, integram a comitiva os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), José Múcio (Defesa), Nísia Trindade (Saúde), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Marina Silva (Meio Ambiente), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Jorge Messias (AGU).
“Guerra” contra o garimpo
Em fevereiro de 2023, Lula implementou uma série de medidas para tentar conter a crise na terra indígena, que se tornou alvo de garimpeiros ilegais durante a gestão de Bolsonaro. No entanto, um ano depois, o governo não conseguiu expulsar todos os invasores do território e lideranças indígenas continuam denunciando a crise de saúde e de segurança na região. O número de mortes de ianomâmis subiu 5,8% no ano passado, em comparação com 2022 — foram 363 óbitos.
“Vamos tratar a questão indígena e a questão dos Yanomami como uma questão de Estado, ou seja, nós vamos ter que fazer um esforço ainda maior, utilizar todo o poder que a máquina pública pode ter, porque não é possível que a gente possa perder uma guerra para garimpo ilegal”, declarou o presidente em janeiro.
O petista afirmou que a presença do governo e das forças de segurança na área será permanente e anunciou investimento de 1,2 bilhão de reais em 2024. As ações previstas incluem a construção e reforma de mais 22 unidades básicas de saúde indígena.