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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Em meio a choro e ranger de dentes, PSOL se reúne para votar apoio a Lula

Partido deve fechar apoio ao ex-presidente, numa inflexão histórica da sigla, que nasceu de um racha no PT e nunca caminhou com o petismo no primeiro turno

Por Da Redação Atualizado em 1 Maio 2022, 10h07 - Publicado em 30 abr 2022, 08h59

Maior partido de esquerda surgido desde o PT, com oito deputados federais e o prefeito de uma capital (Belém), o PSOL, que nasceu de uma dissidência no petismo em 2004, ainda no início do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, como uma oposição à esquerda do governo, faz hoje o congresso mais dividido de sua história, mas que deve decidir pelo apoio ao petista para a Presidência da República.

Se o PSOL aprovar de fato o apoio ao PT, será a primeira vez que o partido sairá de mãos dadas com o petismo desde que foi criado. A sigla lançou candidatos próprios à Presidência em 2006 (Heloísa Helena), 2010 (Plínio de Arruda Sampaio), 2014 (Luciana Genro) e 2018 (Guilherme Boulos).

A decisão histórica não será aprovada sem choro e ranger de dentes. A divisão no partido em relação a ter candidatura própria ou apoiar Lula será o grande tema da Conferência Eleitoral do PSOL, a instância máxima do partido, neste sábado, 30, em São Paulo, para discutir a estratégia da legenda nas eleições deste ano.

Embora a direção nacional, encabeçada por Juliano Medeiros, tenha sinalizado o apoio a Lula – e já tenha avançado bastante nesse sentido –, há uma corrente minoritária no partido que quer lançar a candidatura do deputado federal Glauber Braga (RJ) á Presidência. Há ainda muitas críticas na legenda à escolha de Geraldo Alckmin (PSB) para ser o vice de Lula.

Também há divergências sobre a decisão de Guilherme Boulos de desistir da candidatura ao governo em São Paulo em favor de Fernando Haddad (PT). O grupo dissidente chegou a lançar o nome da vereadora Mariana Conti, de Campinas, e esse tema também deve incendiar o encontro.

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Dirigentes do PT e do PSOL exibem documento com condições para a formação da aliança, durante reunião em Sâo Paulo
Dirigentes do PT e do PSOL exibem documento com condições para a formação da aliança, em reunião em SP (PSOL/Divulgação)

A provável adesão a Lula passará pela imposição de vários pontos programáticos dos quais o PSOL diz não abrir mão. Uma lista com doze propostas iniciais já foi elaborada, e inclui a revogação das reformas da Previdência e trabalhista, o fim do teto de gastos, a “retomada do controle público da Petrobras” e o “controle social sobre os monopólios da grande mídia”. Boa parte delas já foi aceita pelo PT.

Frente de esquerda

Por causa do encontro do PSOL, o PT decidiu adiar para 7 de maio o lançamento da candidatura de Lula, que estava previsto inicialmente para este sábado. E não é para menos: a adesão do PSOL fará com que Lula feche uma frente com todos os principais partidos de esquerda.

O petista já tem o apoio do PSB – que indicou o vice Alckmin – e do PV e do PCdoB, com quem formou federação. Na quarta-feira, 27, recebeu o apoio formal da Rede, numa articulação conduzida pelo senador Randolfe Rodrigues (AP), que terá papel importante na campanha de Lula.

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A adesão em massa das siglas de esquerda a Lula deixou descontentes não só no PSOL. Na Rede, a ex-senadora Heloísa Helena, ex-petista, se recusa a apoiar Lula e já anunciou ser simpática a Ciro Gomes (PDT). A ex-ministra e também ex-senadora Marina Silva, outra ex-petista, mantém uma indefinição, mas faz críticas ao petista, de cujo governo saiu descontente em maio de 2008 – ela era ministra do Meio Ambiente.

Em nota enviada a VEJA, reproduzida na íntegra a seguir, o PSOL enviou posicionamento a respeito da reportagem. 

Representantes do Movimento Esquerda Socialista (MES), corrente interna do PSOL, as parlamentares se manifestaram sobre a decisão do partido em definir apoio à candidatura de Lula à presidência no primeiro turno e sobre importância de manter independência em um possível futuro governo. “Defendi candidatura própria no primeiro turno porque teríamos melhores condições para postular um programa independente de esquerda. Com o voto em Lula, seguiremos a batalha para que o PSOL não componha o governo e mantenha sua independência política”, diz Sâmia Bomfim, líder do PSOL na Câmara.

“A tarefa número um nessa eleição é derrotar Bolsonaro. Preferíamos ter candidato próprio para apresentar um programa independente no primeiro turno. Perdendo a votação na conferência, vamos votar em Lula para derrotar Bolsonaro desde o primeiro turno. Mas segue a luta dentro do PSoL para não compor o governo e para manter uma postura independente no futuro”, diz Fernanda Melchionna, vice-líder do PSOL na Câmara.

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“Nossa proposta era ter candidatura própria no primeiro turno para chamar o voto em Lula no segundo turno de forma independente, pois nosso programa não é o mesmo de Lula. Seguiremos batalhando para que o Psol mantenha sua independência e seja coerente com as bandeiras que levaram à fundação do partido”, diz Luciana Genro, deputada estadual do PSOL no RS e dirigente do MES”.

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