Mal o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) começou a despontar como um possível candidato à presidência em 2022, já virou alvo da artilharia do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro.
Em seu perfil nas redes sociais, o Zero Dois criticou o churrasco que o governador promoveu no Palácio Piratini, sede da administração gaúcha, para uma comitiva de 21 deputados do PSDB como “aglomeração do bem”. Questionado por VEJA sobre a crítica, Leite respondeu à altura ao deputado:
“Eu lamento profundamente, mas essa é a prática política do bolsonarismo, de depreciação de quem se opõe a eles, de constrangimento por fake news e distorção dos fatos, como é o caso dessa postagem do Carlos Bolsonaro”, disse o governador, frisando que o evento foi feito de modo organizado numa área aberta com ventilação.
Diferentemente do que ocorre com seu colega de partido e pré-candidato declarado ao Planalto, o governador João Doria, o bolsonarismo costuma pegar leve com Leite no Rio Grande do Sul – pelo menos até o momento em que o nome do tucano gaúcho ainda não aparecia nas principais apostas de presidenciáveis. Nos últimos meses, Carlos Bolsonaro tem postado uma série de críticas contra políticos que eventualmente podem enfrentar o seu pai na eleição de 2022.
Conhecido pelo estilo conciliador, Leite teve o apoio do PSL na aprovação de projetos importantes da Assembleia e já empregou em sua administração um bolsonarista de carteirinha, o deputado Ruy Irigaray, que agora enfrenta acusações de ter usado funcionários do gabinete para reformar a casa da sogra e fazer serviços de limpeza particulares, segundo revelações do programa Fantástico, da TV Globo. Próximo do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o filho Zero Três do presidente, Iragaray foi secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Rio Grande do Sul de março de 2019 a fevereiro de 2020.
Leite disse que ele deve dar explicações às autoridades competentes pelas acusações -“ele tem que responder dentro do seu mandato”. Os parlamentares da Assembleia Legislativa do RS, por sua vez, não prometem vida fácil na Comissão de Ética da Casa. “As acusações são graves”, disse o deputado estadual Fábio Ostermann, líder do Novo, que faz parte do órgão.