Deputados tentam derrubar decreto que aumentou imposto sobre armas
Grupo de 69 parlamentares apresentou proposta na Câmara para anular decisão do governo federal
Um grupo de 69 deputados apresentou nesta quarta-feira, 1º, uma proposta para derrubar o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que aumentou impostos sobre armas e munições.
A medida do governo, publicada hoje no Diário Oficial da União, altera para 55% as alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de pistolas, revólveres, armas carregáveis, espingardas e carabinas, além de sprays de pimenta e outros equipamentos do tipo. Essa taxa era de 29,25% no governo de Jair Bolsonaro. Já o imposto sobre cartuchos sobe de 13% para 25%. As novas regras valem a partir de fevereiro de 2024.
Os deputados alegam que o decreto “acarretará implicações seríssimas no ambiente de mercado e na economia brasileira”, causando o fechamento de empresas, lojas e clubes de tiro. Também afirmam que a decisão pode gerar mais desemprego e falta de renda para uma parcela da população.
“O decreto, além de criar um ambiente hostil para um importante mercado nacional, dificultará o acesso às armas, tornando-o menos democrático, por conta do encarecimento das armas e munições que a medida proporcionará, ou seja, menos armas para trabalhadores comuns”, diz a justificativa do projeto.
A proposta foi apresentada pelo deputado Mario Frias (PL-SP), ex-secretário especial da Cultura do governo Bolsonaro, com apoio de outros 68 parlamentares — a maioria do PL. Há também assinaturas de membros do União Brasil, Podemos, Republicanos, PP, MDB e PSDB.
Com a mudança na alíquota, o governo Lula espera arrecadar 1,1 bilhão de reais até 2026, sendo 342 milhões de reais só em 2024. “A medida se alinha com uma perspectiva conceitual de desarmamento da população civil, de recadastramento das armas em circulação e de combate à criminalidade”, disse o Palácio do Planalto em comunicado.