Contrariado, Moro dispensou Ilona Szabó após cobrança de Bolsonaro
Presidente cobrou ministro da Justiça sobre escolha de ativista anti-armas para compor, em cargo de suplente sem remuneração, conselho da pasta
O episódio da nomeação e exoneração da cientista política Ilona Szabó não passou sem estresse na relação entre o responsável pelas duas decisões, o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, e o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Indicada pelo ex-juiz, Ilona seria suplente, cargo meramente consultivo e não remunerado, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Na quarta-feira 27, quando começaram as críticas ao nome da especialista, defensora do desarmamento, Moro ainda era favorável à permanência dela.
Apesar de ele próprio ser um dos articuladores do decreto que flexibilizou a posse de armas, o ministro defendia que conselhos como este precisavam de “pluralidade de ideias”.
O ministro só mudou de ideia nesta quinta, depois que foi cobrado por Jair Bolsonaro a rever a escolha de Ilona Szabó. Sergio Moro ainda argumentou em defesa da cientista política, mas o presidente se manteve firme na rejeição ao nome dela. Se enquanto magistrado da Lava Jato, a palavra final cabia apenas a ele, agora não mais: diante da pressão do presidente, voltou atrás na sua decisão.