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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Como o TikTok se prepara para enfrentar a onda de fake news nas eleições

Plataforma tem firmado parcerias com TSE e agências de checagem para prevenir divulgação de notícias falsas e conteúdos antidemocráticos

Por Diogo Magri Atualizado em 24 ago 2022, 15h04 - Publicado em 24 ago 2022, 13h41

Entre as plataformas digitais, o TikTok é a grande novidade nas eleições brasileiras de 2022 em comparação com a disputa de quatro anos atrás. Não à toa, os presidenciáveis expandiram as suas estratégias para lá por meio da criação de perfis, e apoiadores encontram no aplicativo um ambiente propício para a viralização de conteúdo político.

O problema é que nem sempre as publicações de cunho eleitoral são pura divulgação das campanhas. Muitas vezes, os posts mais visualizados contêm desinformação e ataques às instituições democráticas. Uma pesquisa realizada por Luiza Mello, especialista em comunicação e marketing da Universidade Federal Fluminense, e Djiovanni Marioto, cientista político da Universidade Federal do Paraná, encontrou somente na última semana 76 publicações no TikTok, com mais de 430 mil views e 32 mil curtidas, que atacam o Supremo Tribunal Federal (STF) e têm como principal alvo o ministro Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Entre julho e agosto, o mesmo levantamento mapeou a hashtag #votoimpresso como a que mais bombou entre vídeos que são considerados riscos à integridade democrática, com mais de meio milhão de visualizações.

Por isso, o TikTok tem adotado uma série de medidas que têm como objetivo prevenir a divulgação de conteúdo falso ou antidemocrático na plataforma. A começar pela parceria com agências de checagem que, uma vez o post denunciado, colocam um selo no vídeo de “conteúdo não verificado” – e alertam o risco ao usuário na hora de compartilhar.

A plataforma também firmou uma parceria com o TSE, no qual se comprometeu a combater a disseminação de fake news, garantir a integridade das eleições e apoiar transmissão ao vivo de eventos realizados pelo tribunal. Também foi criado um canal exclusivo de denúncia com os ministros. A aliança com o TSE já possibilitou a formulação de uma aba sobre eleições no aplicativo, onde a plataforma incentivou a regularização do título de eleitor na pré-campanha e agora, no período eleitoral, faz propaganda pelo voto consciente.

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Segundo dados da própria empresa referentes ao primeiro trimestre de 2022, 90% dos conteúdos removidos por violar as diretrizes do aplicativo, entre os quais estão desinformação e conteúdo antidemocrático, foram retirados sem nenhuma visualização – 95% foram removidos antes de serem denunciados e 93% foram retirados 24 horas após a denúncia.

“Temos uma série de regras que se referem à desinformação e a conteúdos antidemocráticos que não se aplicam somente nas eleições, mas que agora exigem um monitoramento maior para garantir a integridade do processo eleitoral”, disse Fernando Gallo, diretor de Políticas Públicas do TikTok no Brasil.

“Estamos comprometidos em promover a segurança institucional, e contas que violarem essas regras (mesmo que atraiam usuários e views para a plataforma) estão submetidas a sanções cabíveis”, completou ele. O bloqueio de perfis enormes que alimentem as notícias falsas, a exemplo do que o Twitter fez com o ex-presidente dos EUA Donald Trump, está entre as possíveis punições adotadas pelo TikTok.

O diretor esclarece, também, que o TikTok não aceita anúncios políticos pagos, ao contrário de outras redes sociais, e não se considera o destino mais procurado para debates e notícias políticas, por suas características atemporais e de entretenimento. “Somos primariamente uma plataforma de entretenimento. Mas sabemos da existência de conteúdos políticos, por isso admitimos o esforço para controlá-los”, finaliza Gallo.

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