Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maquiavel Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Mais do que dancinhas: por que TikTok pode ser um risco à democracia

Potencial de viralização dos conteúdos da rede social abre margem para massificação de fake news e ataques ao sistema eleitoral

Por Da Redação
6 jul 2022, 09h49

Quarta rede social mais utilizada no Brasil (terceira em número de horas consumidas), o TikTok é a grande novidade em termos de plataformas digitais nas eleições de 2022. Não à toa, presidenciáveis como Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vêm intensificando seu marketing político por lá — o último abriu sua conta oficial em 20 de junho último, e já acumula quase 120 mil seguidores.

Mas, em tempos de disseminação de fake news e ordens de bloqueio de aplicativos vindas do Supremo Tribunal Federal (STF), a viralização de conteúdos postados na plataforma chamama atenção pelo risco que ela oferece ao impulsionar ataques à democracia e ao sistema eleitoral. Ao menos é o que dizem a especialista em comunicação e marketing da Universidade Federal Fluminense Luiza Mello e o cientista político da Universidade Federal do Paraná Djiovanni Marioto, coordenadores de uma pesquisa sobre a rede social.

“O TikTok se tornou mais um meio de divulgação política. Começamos a detectar esse movimento em 2020, ainda em fase experimental, mas agora vemos uma profissionalização com o intuito de conquistar um público significativo nessa rede social”, afirma Mello.

O crescimento do seu uso eleitoral, aliado ao aumento de popularidade e a característica de plataforma viral que o TikTok tem, é o que preocupa os especialistas. “Diferente das outras redes sociais, que focam nas relações pessoais, o TikTok é focado em consumir e produzir conteúdo. Isso pode potencializar o cenário de desinformação”, afirma a comunicadora. “A falta de controle da plataforma sobre determinados pontos ajuda a massificar as fake news”, acrescenta Marioto.

Continua após a publicidade

No levantamento produzido pelos pesquisadores entre os dias 20 e 26 de junho, as hashtags fomentadas por apoiadores bolsonaristas que explicitam risco à integridade democrática, como #votoimpressojá e #tsevergonhanacional, tiveram 147,2 mil visualizações e 12 mil curtidas, um aumento de 80% e 136%, respectivamente, em relação à semana anterior.

Outros termos que ameaçam o STF, como #forastf e #stfvergonhanacional, tiveram mais de 23 mil curtidas nesta semana, num total de 39 posts vindos de contas de extrema-direita. A tag #barrosomentiroso, que ataca diretamente o ministro do STF Luís Roberto Barroso recebeu mais de 41,2 mil curtidas e 619 mil plays.

Isso num período de dias em que, pela primeira vez desde o início do monitoramento dos pesquisadores, posts ligados a Lula tiveram mais engajamento que os ligados a Bolsonaro. “Apesar do crescimento recente da esquerda, a extrema direita conserva uma ampla relevância na plataforma ao impulsionar termos que atacam a democracia e o sistema eleitoral. A diferença desse alcance para conteúdos que defendem o estado democrático é na casa dos milhões de views”, explica Marioto.

Continua após a publicidade

Recentemente, o TikTok acatou a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes ao bloquear a conta do PCO dentro do inquérito das fake news, depois que o partido defendeu a dissolução do Supremo e chamou Moraes de “skinhead de toga”. No entanto, a rede social contestou o pedido de Moraes.

“A determinação de bloqueio integral da conta com todo o conteúdo produzido por partido político regularmente constituído, fere gravemente as garantias constitucionais de liberdade de expressão e de acesso à informação, da vedação à censura prévia (arts. 5º, IV, IX, XIV e ainda 220, caput e § 2º da CF) e de interferência mínima no debate democrático (art. 38 da Res. 23.610/2019, do C. TSE)”, disse a petição assinada por advogados da empresa chinesa.

De acordo com os pesquisadores, a atitude do TikTok mostra uma pré-indisposição para remover conteúdos, mesmo que comprovadamente falsos, e uma predileção pela viralização do vídeo fraudulento a ser tachada de redutora da liberdade de expressão, ainda que criminosa — algo que, como eles ressaltam, é comum a várias redes sociais. A possível defesa é que, como uma plataforma recente e ainda em crescimento, é esperado que não tenha desenvolvido uma forma de regular seus conteúdos. “Se existe alguma movimentação [contra informações falsas] por parte do TikTok, ela ainda é muito precária. É pouco perante o volume e importância que temos identificado”, finaliza Mello.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.