Como o Estado Islâmico foi parar em um vídeo de campanha de Ciro
Informada pela reportagem de VEJA, assessoria do pedetista retirou o conteúdo do ar
A recém-lançada campanha de Ciro Gomes (PDT) nas redes sociais traz a palavra “rebelde” como parte central do seu slogan, mas a desatenção da equipe levou à inclusão de uma imagem indesejada na sua mais nova propaganda. A cena dura exatamente um segundo e contém uma referência ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
Em um dos vídeos publicados na conta do ex-ministro, aos cinco segundos, um rosto masculino amordaçado aparece distorcido por um efeito que simula uma TV com interferência no sinal. A faixa que cobre a boca do personagem exibe a bandeira do EI. A imagem é precedida por desenhos que mostram punhos em sinal de protesto, e em seguida o vídeo exibe manifestações de rua.
O trecho foi retirado de um banco de imagens, serviço usado com frequência para compor vídeos promocionais. O vídeo está disponível no site Shutterstock.com, e o autor do vídeo também disponibilizou a mesma imagem na forma de foto para os interessados em utilizá-la. O fato de que se trata da bandeira do grupo terrorista está no próprio título das imagens.
A campanha de Ciro disse que não tinha a intenção de exibir a bandeira do EI e que retirou o conteúdo do ar. “Não houve intencionalidade alguma. Apenas uma infeliz coincidência. A equipe de edição encomendou cenas temáticas de uma agência. No item ‘repressão’ a agência enviou este take. Ele já foi retirado do ar” disse a assessoria do pedetista, por meio de nota.
O marketing de Ciro é coordenado por João Santana, um experiente publicitário de campanhas eleitorais, que foi contratado em abril.
Abaixo, o vídeo original:
Terrorismo
O EI já dominou grandes territórios na Síria e no Iraque. Ao se expandir pelo interior dos dois países na década de 2010, o grupo se aproveitou das redes sociais para dar projeção a seus ataques e suas execuções — na maioria das vezes, decapitações — com filmagens cuidadosamente programadas, para propagandear sua ideologia fundamentalista. Hoje, apesar de ter perdido espaço no Oriente Médio, o EI continua ativo em países da África e da Ásia.