Um dia após a reunião que selou o apoio de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) à sua candidatura, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou, neste sábado, 7, como foi a conversa com o ex-presidente.
O encontro aconteceu na casa de FHC, em São Paulo — na quarta, o tucano já havia publicado em suas redes sociais que apoiaria Lula no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL).
“A reunião foi extraordinária, ele fez uma declaração que falta só publicar, pedindo voto para mim”, disse o ex-presidente durante evento em Campinas, ao lado de Geraldo Alckmin (PSB) e Fernando Haddad (PT). “Ele até queria descer comigo pra dar entrevista, mas o filho dele achou melhor não”, declarou a jornalistas.
Lula afirmou que, apesar da idade avançada, FHC está com a “cabeça muito boa”, além de estar “muito saudável, alegre e risonho”. O estado de saúde do ex-presidente — que recentemente teve uma fratura no fêmur e precisou ser internado — tem preocupado aliados. No último domingo, não foi votar após acordar “indisposto”, divulgou sua equipe.
Na próxima semana, a campanha petista organiza um encontro com os ‘pais do Plano Real‘ — Arminio Fraga, Edmar Bacha, Persio Arida, Pedro Malan e André Lara Resende — que nos últimos dias anunciaram apoio à candidatura de Lula. Outras reuniões com economistas e lideranças do PSDB também estão previstas.
“Vamos ter reuniões com todos os presidentes do PSDB, que já passaram pela presidência, tivemos reuniões com intelectuais que participaram do PSDB, gente que participou do governo do Alckmin. Ou seja, estamos recebendo apoio de todos aqueles que são democratas”, afirmou.
“Sobre os economistas, tenho conversado com todo mundo, com economistas de vários partidos políticos, da universidade, não tenho problema de conversar. Até porque a arte de governar esse país e a solução não será obra de um homem só, de um partido só”, disse Lula. Também nesta semana, o ex-presidente já havia declarado que a economia “não será comandada só pelo PT”.
“Estamos recebendo o apoio de todos que são democratas e que querem recuperar a democracia (…) Muita gente que outrora não votava em mim e que agora está querendo votar (…) As pessoas, mesmo que tenham discordância do meu posicionamento político, ideológico, econômico, as pessoas estão tendo a certeza de que o caminho da volta à democracia somos nós ganharmos as eleições”, completou o ex-presidente durante o evento em Campinas.