Rodrigo Costa da Rocha Loures, pai do ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Santos da Rocha Loures e conhecido no noticiário policial como o homem flagrado correndo com uma mala recheada de 500.000 reais em propina, tem viajado até Brasília praticamente toda semana desde que o filho foi preso, em 3 de junho. O pai, fundador da empresa Nutrimental, produtora da barrinha de cereal Nutry, é praticamente o único, a exceção dos advogados, que visita o filho, atualmente detido na Carceragem da Superintendência da Polícia Federal, Brasília.
No governo Temer, Rocha Loures vendia facilidades a políticos e empresários que o procuravam. Adversários afirmam que ele estava “deslumbrado” com a ascensão de Temer ao Palácio do Planalto após o impeachment de Dilma Rousseff e se gabava da proximidade que mantinha com o presidente. Coube a ele, por exemplo, indicar o até então desconhecido advogado Gustavo Guedes para defender Temer na ação de cassação que tramitava no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sua relação com o peemedebista era “da mais estrita confiança”, como declarou o próprio Temer ao empresário-delator Joesley Batista.
Na sala em que está preso na Polícia Federal, Rocha Loures deve avaliar a conveniência de fechar um acordo de delação premiada. Se depender da PF, sua estadia na Superintendência deve ser curta. Além de ser um local de passagem, destinado essencialmente a prisões em flagrante ou a suspeitos que aguardam audiência, a PF já levou ao Supremo informe sobre as características da cela para que o caso possa ser reavaliado pelo ministro Edson Fachin e Rocha Loures, removido de volta para o Complexo Penitenciário da Papuda.