A diretoria colegiada da Anvisa definiu nesta terça-feira, 15, o nome de Meiruze Sousa Freitas para comandar a área de Medicamentos, Produtos Biológicos e Alimentos, responsável pela concessão de registro de vacinas, o assunto mais importante do país no momento.
Ela já ocupava a diretoria de Fiscalização e, agora, vai acumular as duas pastas, pelo menos até a chegada de um novo diretor. Das cinco cadeiras de diretoria da Anvisa, quatro estão preenchidas.
O quinto integrante já foi escolhido por Jair Bolsonaro. Trata-se do tenente-coronel da reserva Jorge Luiz Kormann. Ele ainda precisa ser sabatinado e aprovado pelo Senado para assumir o posto.
Servidora de carreira, Meiruze Freitas chegou à diretoria da agência por indicação de Bolsonaro e recebeu a chancela do Senado em outubro.
A escolha de Meiruze para tocar o departamento de medicamentos – portanto, o das vacinas – agradou à área técnica, já que se trata de uma concursada da agência, onde ingressou em 2007.
“É a garantia de que teremos uma pessoa com conhecimento do assunto e que, como já estava na Casa, tende a dar continuidade ao trabalho”, resume um técnico da Anvisa, sob a condição de anonimato.
Desde então, ela já foi coordenadora, gerente, supervisora e diretora-adjunta de diversas áreas.
Internamente, temia-se que a diretoria de medicamentos fosse entregue a algum outro diretor de perfil mais político. Meiruze é o único membro da diretoria que veio dos quadros do órgão. O receio maior estava na possibilidade de ser entregue ao tenente-coronel Kormann, por isso, o seu nome vinha recebendo resistência interna de servidores e senadores da oposição.
Kormann tem um currículo extenso na área militar, mas nenhuma formação na área médica. Ele também havia curtido postagens nas redes sociais com críticas à vacina chinesa do Butantan e à Organização Mundial da Saúde (OMS), o que aumentou a oposição ao seu nome.
A prerrogativa de indicar a diretoria da Anvisa, no entanto, é do presidente da República. Por causa de uma demora de definição do ex-presidente Michel Temer, Bolsonaro ganhou uma rara oportunidade de indicar todos os cinco diretores do órgão, incluindo o atual chefe, contra-almirante Antônio Barra Torres.